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Dirceu me pediu para registrar casa de sua mãe, diz ex-sócio

Para a PF, a declaração do corretor evidencia que ele, por meio da TGS, "atuou na ocultação de patrimônio de José Dirceu"

José Dirceu é escoltado por policiais (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

José Dirceu é escoltado por policiais (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2015 às 08h39.

São Paulo - O corretor de imóveis Julio Cesar Santos, alvo da 17ª fase da Operação Lava Jato, revelou à Polícia Federal que, em 2004, José Dirceu pediu que ele adquirisse a casa onde mora a mãe do então ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Olga, em Passa Quatro (MG). Santos e Dirceu foram presos na semana passada.

Segundo o corretor, o imóvel foi comprado na época por R$ 250 mil e está registrado em nome de sua empresa, a TGS Consultoria. Ele alega que Dirceu fez o pedido "para não chamar a atenção o fato de estar sendo adquirida por ele, que então era ministro de Estado, o que poderia inflacionar o valor".

Para a PF, a declaração do corretor evidencia que ele, por meio da TGS, "atuou na ocultação de patrimônio de José Dirceu". Santos foi sócio minoritário da JD Assessoria e Consultoria, controlada pelo ex-ministro e sob suspeita de ter sido usada para captar propinas de empreiteiras no esquema de corrupção e desvios na Petrobras.

Ocultação de bens

Outro episódio que, segundo a PF, indica a atuação de Santos na ocultação de bens e lavagem de dinheiro foi a compra de um segundo imóvel em nome da TGS, em Vinhedo (SP), adquirido por R$ 110 mil e vendido, um ano depois, por R$ 200 mil ao próprio Dirceu. Santos declarou ainda saber que o imóvel foi reformado por Milton Pascowitch, apontado como lobista e operador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobrás e pivô da prisão do ex-ministro.

O advogado de José Dirceu, Roberto Podval, disse que não conversou com o ex-ministro sobre a questão da casa onde reside dona Olga, em Minas: "Depois que falar com o Zé, terei condições de me manifestar". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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