Brasil

Dilma volta a defender regime de partilha para pré-sal

Presidente comemorou uma vez mais o resultado da disputa pela área de Libra

Dilma Rousseff fala com jornalistas no Palácio do Planalto nesta terça-feira, quando descartou fazer modificações no modelo de partilha para os leilões do pré-sal (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff fala com jornalistas no Palácio do Planalto nesta terça-feira, quando descartou fazer modificações no modelo de partilha para os leilões do pré-sal (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 15h11.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff voltou a defender nesta quinta-feira o modelo de partilha adotado para leilões de petróleo na camada pré-sal, durante cerimônia para anunciar investimentos em saneamento, e comemorou uma vez mais o resultado da disputa pela área de Libra.

Realizado na última segunda-feira, o leilão de Libra --maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil-- teve apenas um consórcio concorrente, mas mesmo assim o governo comemorou o resultado argumentando que algumas das maiores petroleiras do mundo fazem parte da sociedade.

O consórcio foi liderado pela Petrobras, com 40 por cento de participação, e composto pela anglo-holandesa Shell e a francesa Total, com 20 por cento cada uma, e duas estatais chinesas, a CNPC e a CNOOC, cada uma com 10 por cento no consórcio.

Desde o resultado do leilão, Dilma tem descartando qualquer mudança nas regras.

Segundo ela, o modelo de concessão só deve ser usado quando há risco maior para o investidor, diferentemente do que ocorre na área de Libra, onde, segundo ela, há certeza da quantidade e qualidade do óleo.

"O modelo de concessão é o modelo que ele enseja muito risco para você descobrir petróleo. Quando enseja muito risco para descobrir petróleo o modelo é concessão", argumentou.

Ela argumentou que no caso de Libra o risco de exploração "é pequeno".

"Por isso que se muda o modelo de leilão (para partilha). Não se muda porque alguém acordou de manhã e resolveu mudar", disse Dilma durante o discurso.

"Se muda porque do ponto de visto econômico, do ponto de vista do interesse nacional, o modelo de partilha, que é um modelo aliás que todas as empresas internacionais conhecem,... se muda porque não há o menor sentido tratar do mesmo jeito coisas diferentes", prosseguiu a presidente.

Os críticos desse modelo argumentam que a exigência de conteúdo local para compra de máquinas e equipamentos usados na exploração, a participação obrigatória de 30 por cento da Petrobras nos consórcios e os amplos poderes da Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal criada para administrar o pré-sal, no controle da operação são entraves para atração de investidores.

SANEAMENTO A presidente anunciou nesta quinta também a assinatura de contratos com 1,2 mil municípios para financiar obras de saneamento e pavimentação. Segundo ela, serão investidos 13,5 bilhões de reais nessas obras.

Dilma afirmou que nos últimos dois anos e meio o governo já investiu aproximadamente 39 bilhões de reais em saneamento no país e 58 por cento desses recursos anunciados nesta quinta são provenientes do Orçamento Geral da União (OGU).

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaLeilõesPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPré-salPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto