Dilma durante debate: a presidente não gastou seu tempo só para se defender (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2014 às 06h52.
São Paulo - Líder da disputa eleitoral, a presidente Dilma Rousseff foi o principal alvo do debate entre os presidenciáveis realizado pela TV Record na noite de domingo, ao mesmo tempo que o candidato do PSDB, Aécio Neves, poupou a candidata do PSB, Marina Silva.
Sob a mira constante dos adversários, Dilma, candidata à reeleição pelo PT, pediu por quatro vezes direito de resposta, sendo atendida em somente um deles. As denúncias de corrupção na Petrobras foram o tema preferencial dos ataques à petista, mas ela também foi criticado em outras áreas como segurança pública, política externa e energia.
“Ao longo da minha vida, eu tenho tido tolerância zero com a corrupção”, disse Dilma em uma de suas respostas sobre as acusações de irregularidades na Petrobras.
A presidente disse ter sido “a única” candidata a apresentar propostas de combate à corrupção, como a criminalização do caixa dois eleitoral.
Mas a presidente não gastou seu tempo só para se defender. Ela também criticou seus dois principais rivais em um debate que teve uma série de duelos diretos entre ela, Marina e Aécio.
Contra Marina, a presidente cobrou coerência e acusou a rival de mudar de posição com frequência. Contra Aécio, Dilma rebateu as críticas sobre a economia e disse que o governo do PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “quebrou o país por três vezes”.
Já Aécio concentrou sua artilharia muito mais em Dilma do que em Marina, num movimento que foi comentado após o debate pelo coordenador da campanha marineira, Walter Feldman.
“Eu acredito que foi mais leve em relação aos outros debates, mas principalmente nos programas de televisão, a Marinha vinha sendo muito atacada pelo PSDB, o que não é correto do ponto de vista das mudanças que o Brasil precisa fazer que, neste momento, é tirando Dilma”, comentou.
Apesar de ter poupado a candidata do PSB, Aécio usou suas considerações finais para afirmar que Dilma e Marina brigam entre si, embora ele próprio tenha criticado por diversas vezes a presidente.
“Eu me preparei para brigar do seu lado”, afirmou o tucano, dirigindo-se ao telespectador.
PRIVATIZAÇÃO Dilma, que chegou a olhar algumas vezes para anotações durante suas considerações finais, tentou usar a velha estratégia petista de que o PSDB é favorável à privatização da Petrobras, mas acabou dando a Aécio a chance de atacá-la por conta das denúncias de corrupção na empresa.
“As denúncias não cessam”, disparou o tucano, lembrando que Dilma foi presidente do Conselho de Administração da estatal quando era ministra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Há um sentimento de indignação”, completou.
Outros candidatos também foram para cima de Dilma por conta das denúncias envolvendo a Petrobras, como Levy Fidelix (PRTB) e pastor Everaldo (PSC).
Marina voltou a criticar o que chamou de “boatos e mentiras” que estariam sendo divulgadas a seu respeito pelos rivais e afirmou que a política de Dilma para o setor de etanol foi um “fracasso”.
Sobre as afirmações de que ela acabaria com o Bolsa Família, ela afirmou que, em seu governo, quem decidirá sobre a manutenção do programa será “a sociedade”, mas prometeu que manterá as conquistas alcançadas em outros governos.
Aécio não perdeu a oportunidade para se mostrar mais firme que a candidata do PSB, ao dizer num governo seu, “ serei eu que vou decidir” e garantiu que não somente vai manter o Bolsa Família como vai aprimoro.