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Dilma tenta evitar execução de brasileiro preso na Indonésia

Governo corre contra relógio, já que execução do brasileiro está marcada para próximo sábado e conversa entre os dois presidentes teria de acontecer até amanhã


	Dilma Rousseff: seu apelo diretamente ao presidente da Indonésia seria último recurso do governo brasileiro
 (Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas)

Dilma Rousseff: seu apelo diretamente ao presidente da Indonésia seria último recurso do governo brasileiro (Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 16h47.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff ainda está tentando falar pelo telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para pedir reversão da pena do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte, por tráfico de cocaína.

O governo brasileiro corre contra o relógio, já que a execução do brasileiro está marcada para o próximo sábado e a conversa entre os dois presidentes teria de acontecer até amanhã.

Apesar dos esforços do governo brasileiro, que foram iniciados ainda pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e se intensificaram nos últimos dias pela presidente Dilma, há um temor de que o pedido do Planalto não seja atendido.

O primeiro ponto nessa perspectiva é que o novo presidente Widodo assumiu o cargo prometendo mais rigor e punição contra o tráfico de drogas.

Também porque outras cinco pessoas estão com ordem de execução por pelotão de fuzilamento nas próximas 72 horas, junto com o brasileiro.

Dilma e o ex-presidente Lula já enviaram seis cartas pedindo clemência e comutação da pena. A última carta de Dilma foi enviada em dezembro, mas o governo indonésio não respondeu.

O assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e o Itamaraty estão ampliando os esforços para assegurar a conversa de Dilma com o presidente Widodo, o quanto antes e o governo brasileiro está "mobilizado e acompanhando atentamente" o desenrolar do caso.

O Planalto também não obteve resposta aos apelos feitos ao embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Ryanto.

Em Jacarta, o caso está sendo acompanhado diretamente pela embaixada do Brasil naquele país e pelo consultado brasileiro.

"As gestões são as de mais alto nível para tentar resolver a questão", disse um assessor palaciano.

Mas não há previsão de outros funcionários do governo brasileiro se deslocarem para a Indonésia para atuar no caso.

A Indonésia negou todos os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro para que se evitasse a execução de Archer.

O apelo da presidente Dilma diretamente a Widodo seria o último recurso do governo brasileiro.

No Brasil não existe pena de morte e as informações são de que nunca um brasileiro foi executado para dar cumprimento a uma sentença deste tipo.

O Planalto espera convencer o governo indonésio a não cumprir a execução de Archer, inclusive com base na lei da Indonésia que admite clemência.

O governo indonésio, em gestões anteriores, aceitou a clemência de outros condenados.

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, preso há 11 anos, é carioca, tem 53 anos e trabalhava como instrutor de voo livre.

Ele foi preso quando tentava entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos dentro dos tubos de uma asa delta em 2003 e teve a droga foi descoberta ao passar pelo aparelho de raios X, no Aeroporto Internacional de Jacarta.

Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas acabou preso duas semanas depois.

Marco Archer não é o único brasileiro que poderá ser executado na Indonésia.

O surfista Rodrigo Gularte foi preso em 2004, também no aeroporto de Jacarta, com 12 pacotes de cocaína. A droga estava escondida em oito pranchas.

O surfista estava a caminho da ilha de Bali, acompanhado de dois amigos, mas assumiu sozinho a autoria do crime de tráfico internacional de drogas.

O surfista teve o pedido de clemência negado e também aguarda a execução.

Em nota, o Itamaraty informou que "o governo brasileiro continua mobilizado, acompanhando estreitamente o caso e avalia todas as possibilidades de ação ainda abertas".

Acrescenta ainda que "de modo a preservar sua capacidade de atuação, o governo brasileiro manterá reserva sobre as decisões tomadas".

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