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Dilma tem culpa; Dilma não tem culpa…

A perícia do Senado  Uma perícia feita a pedido da comissão de impeachment do Senado revelou que a presidente afastada Dilma Rousseff liberou créditos suplementares, via decretos, sem aval do Congresso. Segundo o documento, três dos quatro decretos assinados por ela são incompatíveis com a meta fiscal vigente da época da edição. Por isso, os […]

DILMA ROUSSEFF: procurador da República no DF Ivan Marx pede o arquivamento de investigação aberta para apurar possível infração penal de autoridades do governo Dilma / Cristiano Mariz/Veja (Cristiano Mariz/VEJA)

DILMA ROUSSEFF: procurador da República no DF Ivan Marx pede o arquivamento de investigação aberta para apurar possível infração penal de autoridades do governo Dilma / Cristiano Mariz/Veja (Cristiano Mariz/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2016 às 19h05.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.

A perícia do Senado 

Uma perícia feita a pedido da comissão de impeachment do Senado revelou que a presidente afastada Dilma Rousseff liberou créditos suplementares, via decretos, sem aval do Congresso. Segundo o documento, três dos quatro decretos assinados por ela são incompatíveis com a meta fiscal vigente da época da edição. Por isso, os técnicos entenderam que ela tem responsabilidade na edição dos decretos. Ao mesmo tempo, o documento informa que ela não agiu diretamente nas chamadas peladas fiscais. Os técnicos do Senado argumentaram que o atraso dos repasses entre bancos públicos e Tesouro configurou uma operação financeira, o que configura crime, mas que não houve interferência de Dilma neste processo. Assim, não haveria crime de responsabilidade da presidente no atraso de pagamentos para bancos públicos. Agora, senadores podem pedir esclarecimentos aos técnicos.

Dilma rebate

Em entrevista à Rádio Guaíba, Dilma Rousseff afirmou que a perícia do Senado mostrou que os motivos pelos quais ela é acusada não caracterizam crime. “Nós viemos dizendo isso há muito tempo, mas agora a própria perícia constatou”, afirmou a presidente afastada. Ela também afirmou que trabalha para reverter o processo de impedimento no Senado. Caso volte, ela informou que não existe consenso sobre um plesbicito para convocar novas eleições.

Gleisi critica prisão

Ao retornar ao Senado depois da prisão de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffman disse que a operação da Polícia Federal foi “midiática” e que lutará para restaurar a dignidade de Bernardo. Ela classificou a prisão como “injusta, ilegal, sem fatos, sem provas e sem processo”. A senadora não ia ao Congresso desde a última quarta-feira. Foi sua primeira declaração no Senado sobre a operação Custo Brasil.

Câmara: só semana que vem

Na Câmara, o líder do governo, deputado André Moura, disse que não deve haver quórum para votações nesta semana por causa da decisão do presidente interino, Waldir Maranhão, de reconsiderar a suspensão das votações por causa das festas de São João. Por isso, ele trabalha para fazer um esforço para compensar as sessões perdidas na próxima semana. Na pauta do governo, estão projetos que tratam da governança em fundos de pensão e da tributação para a realização da Olimpíada do Rio.

Queima de arquivo?

Peritos e policiais, por meio de suas entidades, pediram explicações ao governo de Pernambuco sobre o motivo do cancelamento da perícia no quarto do hotel onde foi encontrado morto o empresário Paulo César de Barros Morato. Ele era considerado foragido pela Polícia Federal após a deflagração da Operação Turbulência, que investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a compra do avião que caiu matando o ex-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) em agosto de 2014. Morato era considerado pelos investigadores como o dono da empresa que comprou o avião. Dois peritos foram ao local do crime, mas receberam uma ordem para cancelar a perícia.

No Rio, polícia em greve

No Rio de Janeiro, policiais civis fizeram uma greve de oito horas para protestar contra a falta de recursos para a instituição. A crise financeira do estado tem afetado duramente a rotina dos policiais. Na sexta-feira, não foi possível usar um helicóptero para perseguir o traficante Nicolas Labre de Jesus, o Fat Family, devido à falta de manutenção da aeronave. No aeroporto internacional do Galeão, os policiais estenderam faixas que diziam: “Bem-vindo ao inferno. Policiais e bombeiros não são pagos. Qualquer pessoa que vier para o Rio não estará segura”.

Lava-Jato latina

A ONG Transparência Internacional quer que as investigações da Lava-Jato sejam internacionalizadas para apurar conjuntamente crimes de corrupção das empreiteiras brasileiras em outros países. Segundo José Carlos Ugaz, presidente da entidade, até agora há apenas acordos de cooperação jurídica com outras nações, mas compromissos do Brasil com a ONU permitem a investigação conjunta entre países. Ele lembrou que as construtoras brasileiras estão em mais de sete países da América Latina e em “vários deles com práticas corruptas bem identificadas”.

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