Brasil

Dilma telefona para CEOs da Vale e BHP e cobra providências

A presidente cobrou por telefone Murilo Ferreira, da Vale, e Andrew Mackenzie, da BHP Billiton, para que arquem com custos de reconstrução das áreas atingidas


	Presidente Dilma Rousseff: a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, e a anglo-australiana BHP Billiton, maior mineradora do mundo, controlam a Samarco
 (Roberto Stuckert/PR)

Presidente Dilma Rousseff: a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, e a anglo-australiana BHP Billiton, maior mineradora do mundo, controlam a Samarco (Roberto Stuckert/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 21h13.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff cobrou nesta quarta-feira, em conversa telefônica com os presidentes-executivos Vale, Murilo Ferreira, e BHP Billiton, Andrew Mackenzie, que as mineradoras arquem com todos os custos de reconstrução das áreas atingidas pelo rompimento das barragens de rejeitos da Samarco Mineração em Mariana (MG).

A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, e a anglo-australiana BHP Billiton, maior mineradora do mundo, controlam a Samarco.

“Nesse contato a presidente cobrou providências para reparação às famílias atingidas e solução para os impactos ambientais”, disse o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, a jornalistas.

O rompimento das barragens na quinta-feira da semana passada causou a morte de ao menos oito pessoas, a destruição de localidades próximas e um desastre ambiental que atingiu o Rio Doce, que abastece cidades em Minas e no Espírito Santo.

Dilma exigiu das empresas um plano, a ser apresentado ao governo rapidamente, com a previsão das ações de reparação e recuperação da região.

A conversa foi dura, de acordo com um assessor palaciano.

A presidente já havia determinado, pela manhã, que o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, marcasse uma reunião com os representantes das empresas para cobrá-los pela reconstrução da região.

À tarde, no entanto, decidiu ela mesma conversar com os executivos. De acordo com Gilberto Occhi, Mackenzie e Ferreira se mostraram “dispostos” a assumir a responsabilidade pelo desastre e admitiram que as empresas farão todos os esforços para resolver os problemas criados pelo rompimento das barragens.

Nesta quarta-feira, depois de visitarem a região atingida, os executivos asseguraram que as empresas vão criar um fundo para cobrir os custos da recuperação, mas disseram que ainda é cedo para calcular quanto será necessário.

O governo federal quer que as empresas arquem com todos os custos da reconstrução da infraestrutura física das cidades, estradas e abastecimento, que indenizem às famílias pela perda de imóveis, plantações e criações, e que garantam o fornecimento de água para todas as cidades abastecidas pelo Rio Doce, que foi contaminado pela lama das barragens.

"Nós estamos falando de impactos que também destruíram rodovias, propriedades, aqueles que tinham suas plantações, sua agricultura como forma de subsistência, criação de animais na região, impacto ambiental, resposta imediata às famílias. Ela cobrou a responsabilidade muito firmemente" disse o ministro.

A presidente assinou também uma portaria criando um grupo gestor de crise incluindo os Ministérios da Integração Nacional, de Minas e Energia e do Meio Ambiente, além do Ministério Público, e representantes dos governos estaduais, que irá acompanhar a implementação das medidas por parte das empresas.

“Estamos fazendo um monitoramento da situação de captação de água e preparando alguns planos, que serão repassados à mineradora Samarco”, explicou Occhi.

Mesmo arcando com todos os custos de recuperação, as empresas não devem escapar de multas.

Dilma pediu também à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que faça o levantamento das punições cabíveis pelos impactos ambientais. Mais cedo, a ministra disse que o governo estuda as medidas que devem ser tomadas contra as empresas em face da “catástrofe ambiental” que foi o rompimento das barragens.

SOBREVOO

A presidente irá na manhã de quinta-feira visitar as regiões atingidas.

A previsão é de que chegue 9h45 em Belo Horizonte, de onde partirá de helicóptero para sobrevoar os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, na cidade de Mariana.

Depois de voltar para a capital mineira, Dilma irá a Governador Valadares, onde sobrevoará a região e terá reuniões com o prefeito da cidade e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

De lá, segue para Colatina, no Espírito Santo, onde visitará partes do Rio Doce – a onda de lama alcançou nesta quarta-feira a cidade – e terá outra reunião, com o prefeito da cidade e com o governador do Estado, Paulo Hartung.     

Havia a expectativa de que a presidente fosse a Mariana logo após a tragédia, ainda no último final de semana, o que não ocorreu.

Segundo uma fonte palaciana, Dilma, que vem sendo cobrada nas redes sociais, queria ter certeza das responsabilidades sobre o acidente antes de viajar à região.

Acompanhe tudo sobre:BHP BillitonDilma RousseffEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasMinas GeraisMineraçãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSamarcoSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicasVale

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho