Brasil

Religiosos usam caso Palocci para suspender 'kit homofobia'

O deputado Anthony Garotinho afirmou que a bancada reiligiosa ameaçou convocar o ministro para depor caso a produção da publicação não fosse cancelada

O deputado Anthony Garotinho liderou a pressão contra o kit (Antonio Cruz/ABr)

O deputado Anthony Garotinho liderou a pressão contra o kit (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 15h31.

Brasília - O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) afirmou hoje (25) que, para convencer o governo a suspender a produção do material de combate à homofobia, que seria distribuído a cerca de 6 mil escolas de ensino médio, a bancada evangélica da Câmara ameaçou não colaborar com os projetos do Executivo.

Garotinho disse que coordenou ontem (24) uma reunião dos evangélicos que resultou em três decisões: colaborar para que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fosse convocado para depor sobre sua evolução patrimonial; obstruir as votações na Câmara dos Deputados e apresentar o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a contratação organizações não governamentais (ONGs) pelo Ministério da Educação (MEC).

De acordo com Garotinho, a CPI já tinha até nome escolhido. "Seria a CPI do MEC", disse o deputado ao sair da reunião com Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto.

Garotinho acusa o ministro da Educação, Fernando Haddad, de não ter cumprido um acordo selado com a bancada religiosa. "Ele [Haddad] saiu da reunião com o compromisso de um pacto pela convivência harmônica. Dias depois, falou coisas diferentes na imprensa. Ele disse que tinha aprovado o material, que não via nada de mais e que o material iria adiante. Em função disso, ontem deputados se reuniram e deliberaram algumas posições", disse.

Garotinho informou que a reunião no Palácio do Planalto foi chamada pelo próprio Gilberto Carvalho. "O ministro nos telefonou e pediu que fizéssemos uma intervenção com as bancadas católica e evangélica para que não levássemos adiante o que deliberamos ontem após o ministro [Haddad] ter descumprido sua palavra", disse Garotinho.

Ao final da reunião, o líder da bancada do PR na Câmara, Lincoln Portela, disse que, diante da posição do governo de suspender a produção do “kit homofobia” e de consultar os religiosos sobre os materiais a serem produzidos, os evangélicos seguirão dando apoio às questões do governo na Câmara.

"Todas as decisões que tínhamos tomado ontem na reunião estão suspensas com o compromisso que o ministro [Gilberto Carvalho] assumiu", disse o líder do PR.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEducaçãoGovernoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas