DILMA NA ONU: a presidente centralizou seu discurso no acordo climático mas, ao final, disse que os brasileiros têm grande apreço pela liberdade / Roberto Stuckert Filho/ PR
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2016 às 18h39.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h29.
Dilma e o retrocesso
A presidente Dilma Rousseff não citou o “golpe” no discurso que fez na manhã desta sexta-feira na cerimônia de abertura do Pacto de Paris, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. A expectativa, principalmente da oposição, era que Dilma aproveitasse a oportunidade para falar sobre o processo de impeachment, que vem sendo insistentemente criticado por ela. A presidente centralizou seu discurso no acordo climático mas, ao final, disse que os brasileiros têm grande apreço pela liberdade e saberão “impedir qualquer retrocesso”.
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Temer e a esperança
O presidente em exercício Michel Temer disse em entrevista ao jornal The New York Times que tem esperança de reunir um governo de “unidade nacional” caso assuma o país. “É preciso fazer nascer de novo a esperança”. O jornal americano destaca que Temer teria apenas 2% das intenções de voto caso nova eleição fosse realizada hoje.
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Governo perde apoio
O governo continua perdendo apoio até entre seus aliados no Senado. Nesta sexta-feira, dois vice-líderes declararam em plenário que vão votar contra a presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment. Wellington Fagundes (PR-MT) e Hélio José (PMDB-DF) discursaram e mostraram ser a favor da admissibilidade. “Politicamente o país já está maduro para isso”, disse Fagundes. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, 70% dos 42 titulares e suplentes da comissão do impeachment são favoráveis ao impedimento.
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FHC critica Bolsonaro
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o PSDB precisa repudiar as afirmações feitas pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do impeachment no último domingo. Bolsonaro exaltou a memória do coronel reformado Carlos Brilhante Ustra, ex-chefe do Doi-Codi em São Paulo. FHC disse ser inaceitável que “ainda haja alguém com a ousadia de defender a tortura e, pior, elogiar conhecido torturador”. Há sete anos, Ustra é reconhecido como torturador pela Justiça.
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Falta fundamento
Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, disse nesta sexta-feira, num evento em Santa Catarina, que sente um “mal estar” com a fundamentação do processo de impeachment. “A alegação é fraca e causa desconforto. Descumprimento de regra orçamentária é regra de todos os governos da nação”, disse. “É desproporcional tirar uma presidente sobre esse fundamento num país como o nosso”. As informações são do jornal Diário Catarinense.
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Agripino na mira
O Supremo Tribunal Federal autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de senador José Agripino, presidente do DEM, e de seu filho, o deputado Felipe Maia (DEM-RN). A medida atinge também familiares e pessoas ligadas ao senador. Agripino é alvo de um inquérito que apura pagamento de propina da empreiteira OAS durante a construção da Arena das Dunas, estádio construído em Natal para a Copa do Mundo.