“Temos conquistas que nós não vamos deixar atrás. Nós vamos fazer os nossos ajustes, e vamos seguir em frente”, disse Dilma Rousseff (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 15h35.
Brasília - Um dia após o anúncio de novas medidas fiscais para reequilibrar as contas, com redução de gastos e aumento de receitas, a presidente Dilma Rousseff disse hoje (15) que está otimista com a superação da crise e que fará os ajustes para seguir em frente.
“Acredito que o Brasil tem todas as condições, e sou extremamente otimista no que se refere à superação das dificuldades que nós temos enfrentado. Sou otimista porque, nesses últimos anos, nós acumulamos um grande arsenal para reagir. O Brasil está passando por alguns problemas, é verdade. Mas ele é mais forte e maior que esses problemas”, disse a presidente, em discurso, durante a entrega do 28º Prêmio Jovem Cientista, no Palácio do Planalto.
Dilma citou políticas de agricultura e de inclusão de microempreendedores como exemplos de bases para a recuperação da economia brasileira.
“Temos conquistas que nós não vamos deixar atrás. Nós vamos fazer os nossos ajustes, e vamos seguir em frente”.
A presidente voltou a criticar os que são pessimistas quanto à situação da economia brasileira, e disse que o momento é de união para ajudar o país a voltar a crescer.
“Esse país é muito maior que os pessimistas de plantão querem fazer crer, esse país tem capacidade criativa e, sobretudo, quando estamos juntos somos capazes, sim, de superar desafios e dificuldades. Temos que nos dedicar de corpo e alma a construir a trajetória para o país voltar a crescer”.
Nova CPMF
Dilma defendeu a iniciativa do governo de propor a recriação de um tributo nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF), mas disse que a aprovação da medida depende do Congresso Nacional.
“O governo não aprova a CPMF, quem aprova a CPMF é o Congresso."
A presidente confirmou que a proposta do governo é que o tributo tenha alíquota de 0,2%, e seja integralmente repassado à Previdência.
“Porque nós sabemos que este período tem uma depressão cíclica na Previdência, sempre é assim. A Previdência tem uma queda quando diminui a atividade econômica”, justificou.
“Essas medidas são necessárias, porque nós queremos tomá-las. Elas são necessárias, porque passamos por um momento em que é fundamental que saiamos dessa situação de restrição fiscal o mais rápido possível, para poder voltar a crescer, gerar os empregos necessários para o país”.
Segundo Dilma, o anúncio de medidas da reforma administrativa do governo, que prevê o corte de dez dos 39 ministérios, será feito até quarta-feira da semana que vem.
Além de reduzir o número de ministérios, Dilma prometeu juntar órgãos federais e cortar cargos comissionados.
Prêmio Jovem Cientista
Dilma recebeu os vencedores do 28º Prêmio Jovem Cientista, que este ano teve como tema “Segurança Alimentar e Nutricional”, e premiou iniciativas de pesquisa e inovação de estudantes, mestre e doutores de vários estados do país.
A pesquisadora Bárbara Rita Cardoso, agraciada pelo estudo sobre os efeitos do consumo da castanha-do-Brasil na prevenção e no combate ao mal de Alzheimer, elogiou a premiação e cobrou mais recursos para a pesquisa no Brasil.
“Só quem sabe ciência sabe o trabalho que dá, mas só quem ama entende o prazer que a ciência nos proporciona", disse.
“Iniciativas como essa abrem portas para que cabeças frescas e jovens se engajem e impulsionem a ciência. É assim que podemos melhorar o mundo", completou.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, disse que a premiação reconhece o esforço, a disciplina e o espírito de renúncia dos jovens cientistas, além de evidenciar a ciência a serviço do desenvolvimento humano, do progresso e da elevação do padrão de vida da sociedade.
"Precisamos da ciência e da pesquisa para a boa formação da nossa população, das nossas crianças e para a soberania científica e tecnológica do Brasil".