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Dilma diz que críticas são naturais e promete estabilidade

Dilma afirmou ainda que é natural que a oposição critique o governo


	A presidente Dilma Rousseff: “fiquei recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do Fundo Monetário Internacional”
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A presidente Dilma Rousseff: “fiquei recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do Fundo Monetário Internacional” (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 15h29.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que país voltará a ter estabilidade política para retomar o crescimento e se disse “estarrecida” com relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que cita a incerteza no campo político e as investigações da Lava Jato como fatores que reduziram as estimativas de crescimento da economia global.

Ao discursar em reunião do Diretório Nacional do PDT, sigla onde iniciou sua vida partidária, Dilma afirmou ainda que é natural que a oposição critique o governo, mas não é possível aceitar que a disputa política impeça a adoção de medidas que visam à recuperação da geração de renda e empregos.

“Fiquei recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do Fundo Monetário Internacional”, disse a presidente aos pedetistas.

“Tenho certeza que vamos estabilizar politicamente o país, vamos assegurar ao país a tranquilidade para voltar crescer”, afirmou, acrescentando que o país tem bases sólidas para recuperar a economia.

“Vamos voltar a investir, o Brasil vai voltar a crescer.” O FMI projetou que a economia brasileira deve sofrer retração de 3,5 por cento este ano, depois de prever em outubro que a contração seria de 1,0 por cento.

Para 2017, o FMI aponta que o Brasil deve registrar estagnação econômica, mudando sua visão anterior de crescimento de 2,3 por cento.

Para o Fundo, "a recessão causada pela incerteza política e contínuas repercussões da investigação na Petrobras" estão sendo mais profunda e prolongadas do que se esperava.

Impeachment

Sobre o pedido de impeachment que tramita contra ela na Câmara, Dilma afirmou que é necessário haver “culpa formada”, alguma comprovação concreta de mau uso de dinheiro público, algum crime cometido.

Para a presidente, a disputa envolvendo o impeachment será uma “grande missão”, um “jogo” a ser travado nos meses que seguem, que decidirá “o caminho do Brasil nos próximos anos”.

Dilma emocionou-se ao citar nomes históricos do trabalhismo, como o ex-presidente João Goulart e o fundador do PDT Leonel Brizola, que completaria 94 anos nesta sexta-feira se estivesse vivo.

Pouco antes de a presidente discursar, o PDT anunciou ter fechado questão contra o impeachment de Dilma –com previsão de sanção aos parlamentares que não seguirem a orientação da direção partidária-, e pelo afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados.

A legenda também formalizou que terá candidatura própria ao Planalto em 2018, tendo na figura do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes o pré-candidato mais forte ao posto.

Ao discursar pouco antes da presidente chegar à reunião do diretório, Ciro negou que tenha se filiado ao PDT, no ano passado, apenas para se candidatar a algum cargo. Colocou-se à disposição, no entanto, para desempenhar “qualquer tarefa que o PDT entenda que esteja à altura de enfrentar”.

Depois do evento e após se despedir da Dilma, Ciro defendeu a postura do partido contrária à tentativa de impeachment da presidente. Criticou, no entanto, a condução da economia no último ano. Disse ainda esperar que ela se “reconcilie” com valores que tiraram milhões da extrema pobreza.

Ciro disse ainda que apenas um “idiota” acreditaria em qualquer “boa-fé” do vice-presidente Michel Temer, mas avaliou que o presidente do PMDB tem “recuado”, depois do forte desgaste na relação entre ele e Dilma.

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