Brasil

Dilma Rousseff rejeita plano de controle de mídia

Segundo a presidente eleita, único controle dos meios de comunicação deve ser o "controle remoto"

Dilma e Lula divergem quanto aos planos de Franklin Martins para a comunicação (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

Dilma e Lula divergem quanto aos planos de Franklin Martins para a comunicação (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 13h37.

São Paulo - A presidente eleita, Dilma Rousseff, deu mostras mais uma vez de que, se optar por enviar ao Congresso o projeto que cria o marco regulatório para as telecomunicações e a radiodifusão, o fará sem nenhuma previsão de controle da mídia. Por intermédio de um integrante da equipe de transição, Dilma reafirmou ontem à tarde ao jornal O Estado de S. Paulo que, para ela, o único controle dos meios de comunicação deve ser feito pelo "controle remoto".

Cerca de seis horas antes da manifestação de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma reunião com o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Recebeu do auxiliar um esboço da proposta que cria uma agência de controle do conteúdo de rádios e TVs. Essa agência, que substituiria a Agência Nacional do Cinema (Ancine), teria poderes para multar as emissoras que veicularem programação considerada - por ela mesma, por critérios subjetivos - ofensiva, preconceituosa ou inadequada ao horário.

A substituição da Ancine pela Agência Nacional de Comunicação (ANC) objetivaria aproveitar os quadros de carreira já existentes, sem a previsão de abertura de novas vagas. Franklin disse que repassou ao presidente um anteprojeto de criação do marco regulatório das telecomunicações e da radiodifusão. E previu que a proposta só ficará pronta no Natal. "Não há nada pronto. São partes que vão sendo montadas, que demoram." Assim que o projeto for concluído, Franklin vai entregá-lo ao presidente. Este o repassará à presidente eleita, a quem caberá decidir se o envia ou não ao Congresso, ou se faz novos estudos antes de submeter a proposta à consulta pública, pela internet.

Defesa

O vice-presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), disse ontem que o avanço da democracia no País acabará provocando um debate nacional sobre a necessidade de regulamentação dos meios de comunicação. O prólogo desse debate, segundo o deputado, é o projeto de resolução que está sendo discutido na Assembleia Legislativa de São Paulo sobre a criação de um conselho parlamentar estadual de comunicação.

As afirmações de Falcão foram feitas durante uma audiência pública para discutir o projeto, de autoria de Antonio Mentor - líder da bancada petista na Casa. Segundo o líder petista, a discussão sobre regulamentação tem sido barrada sob a alegação de se trata de uma tentativa de imposição de censura. "Mas o que está em debate é uma questão maior, é a recusa de setores poderosos, que rejeitam qualquer regularização", afirmou.

"Até o Judiciário hoje tem controle externo, após muito debate. Por que o único poder sem controle, sem regulamentação, há de ser o dos meios de comunicação?", perguntou Falcão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGovernoMídiaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresServiços

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas