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Dilma inicia governo no Brasil assolada por economia

Dilma, de 67 anos, prestará juramento às 15h00 (de Brasília) para seu segundo e último mandato consecutivo de quatro anos


	Dilma, de 67 anos, prestará juramento às 15h00 (de Brasília)
 (Joedson Alves/Reuters)

Dilma, de 67 anos, prestará juramento às 15h00 (de Brasília) (Joedson Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2015 às 13h53.

A presidente Dilma Rousseff inicia nesta quinta-feira seu segundo mandato no Brasil assolada por um escândalo de corrupção na Petrobras e forçada a tomar medidas de ajuste diante da deterioração da sétima economia mundial.

Dilma, de 67 anos, prestará juramento às 15h00 (de Brasília) para seu segundo e último mandato consecutivo de quatro anos depois de vencer o social-democrata Aécio Neves com apenas 3% de vantagem nas eleições de outubro.

"Hoje, estou muito mais forte, mais serena, mais madura para a tarefa que vocês me delegaram", disse a presidente, do Partido dos Trabalhadores (PT), em seu discurso de vitória. Uma coalizão de nove partidos garantirá a maioria no Congresso.

No entanto, a primeira mulher a governar este país de mais de 200 milhões de habitantes, segundo produtor mundial de alimentos e com enormes reservas petrolíferas, assume o novo desafio tendo boa parte do país contra ela, com uma popularidade mais baixa (de 79% em 2011 contra 52% em 2014) e uma perspectiva sombria para a economia.

No início de seu novo governo, Dilma precisará lidar com o escândalo da Petrobras. A empresa está no centro de um esquema de corrupção que envolve um cartel das grandes construtoras do país, que pagavam subornos milionários em troca de contratos.

Trinta e nove pessoas estão sendo processadas pela justiça, e vários políticos aliados do governo podem ter o mesmo destino. A polícia estima que a rede de corrupção movimentou 4 bilhões de dólares na última década.

"Vou investigar doa a quem doer, não vai sobrar pedra sobre pedra", prometeu a presidente.

No entanto, decidiu manter à frente da Petrobras Graça Foster, muito próxima a ela, apesar dos pedidos da imprensa e da oposição a favor de uma mudança no comando da empresa.

"Ela vai ter que lidar com tudo (...) com o escândalo de corrupção na Petrobras. E isso faz parte de outro problema, que é o de tentar restaurar a confiança no Brasil, tanto dos empresários nacionais quanto internacionais", disse à AFP David Fleischer, cientista político da Universidade Nacional de Brasília (UNB).

O outro desafio

Sob um sol escaldante, milhares de simpatizantes do PT, vestidos de vermelho, chegaram a Brasília para o ato.

"Dilma protegeu a classe pobre, a classe trabalhadora (...) O que esperamos do próximo governo é que assuma o compromisso de beneficiar os menos favorecidos", disse Vandeonor Ferreira, de 60 anos, e que viajou do Mato Grosso do Sul para acompanhar a cerimônia de posse.

Durante seu primeiro governo, marcado por grandes manifestações em 2013 contra a corrupção da classe política e os elevados gastos públicos na Copa do Mundo de futebol, a economia sofreu uma grande deterioração, ao passar de um crescimento de 7,5% do PIB em 2010 a uma previsão próxima de zero em 2014, em meio à desaceleração mundial.

Em 2011 a atividade cresceu 2,7%, em 2012 1% e em 2013 2,5%. Para 2015, os mercados esperam uma leve alta de 0,5%, enquanto a inflação fechou em novembro a 6,56%, acima da meta oficial de 4,5%.

"Nós vamos organizar a casa e nos preparar para a retomada do crescimento", disse a presidente.

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