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Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h22.
Brasília - O ministro dos Esportes, Orlando Silva, foi chamado pela presidente Dilma Rousseff no final da tarde de hoje para uma última conversa. Orlando, que passou o dia em despachos internos no ministério, chegou ao Planalto pela entrada dos fundos pouco depois das 19h. Esperou cerca de meia hora até ser recebido por Dilma.
Sem saber ainda seu futuro, o ministro não atendeu a imprensa durante todo o dia, mas preparou uma longa nota, colocada na página do ministério, para se defender das acusações.
Com a agenda atrasada, a presidente recebeu primeiro o empresário Eike Batista e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que vieram tratar de investimentos em uma fábrica de Tablets no Brasil. Dilma ainda deixou Orlando esperando, até chamá-lo para conversar. Eram 19h40 quando a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto confirmou oficialmente que o ministro estava com a presidente.
Orlando Silva está sob pressão desde a entrevista dada pelo policial militar João Dias Ferreira à revista Veja. O PM acusou Orlando de fazer parte e receber dinheiro do esquema de desvios de verba do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. O ministro nega as acusações.
A entrevista somou-se à cobrança que ele já vem sofrendo por causa das irregularidades em sua pasta, que faz parte da organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. As denúncias fragilizaram o ministro e sua permanência no cargo preocupa o Palácio do Planalto em relação ao futuro desses eventos.
Em fevereiro, uma série de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo revelou fraudes na execução do Segundo e o favorecimento a entidade e políticos do PC do B, partido do ministro. O jornal viajou o País para visitar os núcleos do projeto e encontrou Organizações Não-Governamentais (ONGs) fantasmas, todas dirigidas por membros do PC do B, núcleos esportivos fictícios, ausências de merenda e uniformes, apesar dos recursos milionários liberados para essas entidades. Somente em 2010, ano eleitoral, R$ 30 milhões foram entregues a ONGs vinculadas ao PC do B. Na época, o ministro prometeu apurar e punir os responsáveis pelas irregularidades. Mas nada fez.