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Reajuste da gasolina e diesel é para o passado, diz Dilma

Presidente confirmou que o aumento dos combustíveis havia sido definido, mas que no momento serviria para repor perdas do passado


	Dilma Rousseff: presidente fez questão de frisar que o governo mantém a disposição de não atrelar a variação às oscilações internacionais
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: presidente fez questão de frisar que o governo mantém a disposição de não atrelar a variação às oscilações internacionais (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2014 às 20h05.

Brasília - Algumas horas antes do anúncio oficial pela Petrobras do reajuste a partir de amanhã de 3% para a gasolina A e 5% para o diesel nas refinarias, a presidente Dilma Rousseff confirmou que o aumento dos combustíveis havia sido definido, mas que no momento serviria para repor perdas do passado.

Mas, fez questão de frisar que o governo mantém a disposição de não atrelar a variação de gasolina e diesel às oscilações internacionais.

"Eles (conselho de administração da Petrobras) definiram o reajuste. Esse reajuste é para o passado. Para uma parte do passado. Porque vai ter um período agora em que vai ser assim: preço internacional baixo, preço nosso lá em cima. Eu passei 2004, 2005, 2006 e 2007 com essas variações. Às vezes ficava para baixo, às vezes para cima. Só não acho que seja correto querer atrelar ao preço internacional do petróleo o preço do combustível no Brasil", declarou a presidente.

Segundo o comunicado da Petrobras, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incidirá o reajuste, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, continua a contar com a total confiança da presidente Dilma Rousseff, a despeito do turbilhão enfrentado pela companhia, em meio às denúncias da Operação Lava Jato.

Indagada hoje, durante entrevista no Palácio da Alvorada, sobre a possibilidade de afastamento da executiva do comando da estatal, Dilma foi taxativa: "É um absurdo você dizer isso", afirmou, um pouco contrariada.

Já quanto a um eventual retorno de Sergio Machado à presidência da Transpetro, subsidiária de transporte e logística da Petrobras, a presidente Dilma não demonstrou o mesmo empenho.

Acusado de participação no escândalo de pagamento de propina e lavagem de dinheiro que atingiu a estatal, Machado licenciou-se do cargo na última segunda-feira, segundo ele de forma espontânea, mas é conhecido que sua saída foi uma imposição da PricewaterhouseCoopers para auditar o balanço da empresa.

Dilma foi perguntada se o afastamento de Machado seria mesmo temporário (31 dias) ou se ele estaria definitivamente fora da companhia.

"Não acho nada. Acho que tanto uma coisa pode acontecer quanto a outra. Tem que se olhar".

Fazenda

Dilma disse também na entrevista que conversou apenas uma vez com o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, após as eleições.

Dilma contou que recebeu um telefonema de Trabuco, "muito gentil", cumprimentando-a pela eleição, assim como recebeu telefonemas de vários empresários.

"Neste telefonema, ele me disse simplesmente que me cumprimentava e que, como sempre tinha feito ao longo de todo o processo, que estava disponível para ajudar no que fosse necessário, não significando que estava se oferecendo para nada", afirmou a presidente.

Trabuco teve o nome citado entre os cotados para assumir o ministério da Fazenda, no segundo mandato de Dilma. A presidente, no entanto, negou que já tenha feito convites para o comando do Ministério da Fazenda.

"Eu não conversei com ninguém a esse respeito. Eu não fiz nenhum convite sobre esse assunto (Ministério da Fazenda). Eu não vou divulgar ministério agora", enfatizou.

Dilma reafirmou que só fará o anúncio da sua equipe econômica na volta da reunião do G-20, na Austrália, que acontece nos dias 14 e 15 de novembro. "Nas semanas seguintes, com vários 's'. Eu quero lembrar que não tinha dado prazo nenhum", disse.

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