Dilma Rousseff durante visita inaugural ao Estádio Arena Beira-Rio: "o objetivo é impedir que eles venham para cá e, depois, se por acaso vierem, que não entrem nos estádios", declarou (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2014 às 09h23.
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff anunciou que o Brasil fez acordo com países que já enfrentaram problemas com torcidas em estádios, para evitar que o País importe, durante a Copa do Mundo, torcedores violentos que venham tumultuar os jogos por aqui.
"Fizemos acordos por meio da Fifa. O objetivo é impedir que eles venham para cá e, depois, se por acaso vierem, que não entrem nos estádios", declarou a presidente, em jantar com dez jornalistas, na noite de terça-feira, no Palácio da Alvorada.
Demonstrando muita preocupação com a segurança durante a Copa, a presidente Dilma disse que "fazer manifestação pacífica é legítimo".
Mas advertiu: "só que não vamos permitir que estas manifestações tenham qualquer interferência sobre a Copa do Mundo, sobre as delegações estrangeiras, os chefes de Estado e Governo e nem sobre os torcedores". E emendou: "vamos garantir isso (a segurança)".
Sobre a possibilidade de a Polícia Federal promover paralisações ou manifestações durante os jogos, em função de reivindicações salariais, a presidente Dilma disse que nunca tinha ouvido falar nisso e foi taxativa: "não acredito que isso possa acontecer".
"Não acredito que eles queiram ficar fora deste trabalho de fazer proteção junto com o Exército", prosseguiu a presidente Dilma. Para ela, se isso acontecer, a PF "perderá condições de participação em grandes eventos".
Dilma lembrou que a PF se comportou "muito bem" na Rio+20 e sempre executa seu trabalho da melhor forma possível.
RACISMO - A presidente Dilma informou que como esta será a Copa da paz e da luta contra o racismo, como ela vem seguidamente declarando, está sendo negociada a realização de uma manifestação antirracista no início de cada jogo da Copa.
"O acerto é que ia ter sempre uma fala", comentou a presidente.
"Esta manifestação clara contra o racismo, vinda na hora da copa, tem uma repercussão muito grande pelo mundo todo e tem o objetivo de coibir esta prática", acrescentou.
Dilma elogiou ainda a atitude do lateral-direito Daniel Alves que reagiu a uma atitude racista de um torcedor do Villarreal, em partida válida pelo Campeonato Espanhol, comendo a banana que havia sido arremessada no campo.
"Ele respondeu à altura", disse ela, citando ainda o gesto de Neymar, que tirou foto com seu filho, apoiando Daniel Alves.