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Dilma pode desistir de participação social por decreto

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que a presidente Dilma Rousseff pode desistir de implantar por decreto a Política Nacional de Participação Social


	Dilma: decreto 8.243/2014 consolida a participação social como método de governo
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma: decreto 8.243/2014 consolida a participação social como método de governo (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 15h18.

Brasília - O senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou, nesta quarta-feira (11), em entrevista coletiva, que a presidente Dilma Rousseff pode desistir de implantar por decreto a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e encaminhar ao Congresso Nacional um projeto de lei com esse objetivo. A posição contrapõe em parte o que disse também nesta quarta-feira o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

Com o Decreto 8.243/2014, editado no final de maio, que consolida a participação social como método de governo e fortalece instâncias como os conselhos e as conferências, o governo está sendo acusado por vários parlamentares de violar prerrogativas do Congresso Nacional. Há inclusive um projeto de decreto legislativo que suspende os efeitos do decreto presidencial (PDS 117/2014).

Jucá disse não acreditar num confronto entre Legislativo e Executivo e lembrou que os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, conversaram com a presidente Dilma Rousseff, que teria entendido a importância da participação do Congresso na questão.

Sem confronto

"Nossa ideia não é derrubar um decreto da presidente. Vai surgir uma solução sem confronto com o Congresso, que poderá colaborar nessa discussão e exercer o seu papel de forma soberana", disse.

Para o senador, segundo-vice-presidente do Senado, a mudança não deve ser interpretada como um recuo da chefe do Executivo, mas como um avanço, já que o assunto deixará de ser uma iniciativa isolada do governo para ser levado à discussão do Congresso Nacional.

"Novos agentes políticos poderão ser agregados à discussão, de forma transparente", afirmou.

Conforme o parlamentar, o Congresso é a casa ideal para fazer a convergência e "construir uma proposta mais equilibrada" sobre a participação popular.

Questionado por jornalistas sobre um possível "atropelamento" de prerrogativas do Legislativo com a edição do decreto presidencial, o vice-presidente do Senado disse que a presidente, "no afã de ampliar a participação popular, o que é louvável, terminou esquecendo que a participação do Congresso Nacional nessa questão é fundamental".

"O governo sabe muita coisa, mas não sabe tudo. Quando se trata de participação popular, o Congresso é a casa especializada, porque de quatro em quarto anos somos eleitos pela população para representá-la", comentou.

Para Jucá, há uma corrente majoritária, tanto na Câmara como no Senado, a favor do uso de projeto de lei – e não decreto – para a implantação dos mecanismos de participação popular. O objetivo, segundo ele, é fazer com que a ampliação da consulta popular aconteça junto com as garantias individuais e coletivas, a estabilidade e a segurança jurídicas das empresas e do próprio governo.

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