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Dilma não quer inflação na meta às custas de desemprego

Presidente disse que buscará sempre o centro da meta de inflação, mas que não fará isso ao custo de desemprego

Candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, durante um comício em Recife (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

Candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, durante um comício em Recife (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 17h31.

A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, disse nesta sexta-feira que buscará sempre o centro da meta de inflação, mas que não fará isso ao custo de desemprego.

"Meu compromisso é com a meta de inflação", disse a presidente ao ser questionada sobre o resultado do IPCA divulgado nesta sexta, que mostrou a inflação em 12 meses acima do teto da meta --de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.

"Eu procurarei sistematicamente buscar o centro da meta. Agora, para isso eu não vou, porque não acho correto, desempregar o povo brasileiro", acrescentou, depois de participar da feira agropecuária Expointer, em Esteio (RS).

"A minha preocupação é sempre mirar o centro da meta e caminhar para que cada vez mais nós prossigamos para colocar a inflação o mais baixo possível", acrescentou.

Segundo ela, esse debate sobre a meta inflacionária embute a discussão sobre um índice maior de desemprego e fim da política de valorização do salário mínimo.

A inflação oficial brasileira acelerou para 0,25 por cento em agosto, chegando a 6,51 por cento no período de 12 meses.

Gasolina

Dilma disse que é um "absurdo" afirmarem que ela está represando reajustes de tarifas que são administradas pelo governo.

"(Isso) depende da métrica, depende do método e depende dos interesses", argumentou, acrescentando que o reajuste da gasolina ficou "um pouco acima da inflação" no seu mandato.

Pelos cálculos da presidente, os combustíveis tiveram reajustes de 31 por cento na refinaria no seu mandato. Já a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar perto de 27 por cento ao longo dos quatros anos do governo Dilma.

Segundo ela, antes de defender que os preços dos combustíveis oscilem de acordo com o valor internacional do barril de petróleo é preciso saber como esse mercado funciona e indicou que isso não deve ocorrer no Brasil.

"O mercado de petróleo funciona assim: há uma rusga entre os Estados Unidos e qualquer país do Oriente Médio, o petróleo dispara... o que eu quero dizer é que os fatores geopolíticos influenciam o preço do combustível", argumentou.

Por isso, afirmou Dilma, não é possível que o país pegue todo petróleo "que é produzido aqui no Brasil com custo brasileiro e coloque ele linkado a um preço internacional".

"Isso não quer dizer que nós não temos que buscar cada vez mais, da nossa forma, métodos de avaliar e de valorizar o combustível, de reajustá-lo ou não", acrescentou.

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