Tropa de Choque faz cordão de isolamento contra manifestantes em frente ao Mané Garrincha, em Brasília: a presidente ficou desconcertada e abreviou seu discurso naquele dia (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 14h48.
Brasília - É praticamente certo que a presidente Dilma Rousseff não comparecerá ao Estádio Mané Garrincha para assistir ao amistoso da seleção brasileira com a Austrália, sábado, em Brasília.
Na noite de segunda-feira, quando a delegação foi recepcionada por Dilma no Palácio da Alvorada, o presidente da CBF, José Maria Marin, e um de seus vices, Marco Polo Del Nero, reafirmaram o convite para que ela vá ao jogo. No entanto, no Palácio do Planalto considera-se que as chances de a presidente atender são pequenas.
Dilma passa por um momento delicado em sua popularidade - apesar de os índices de aprovação terem crescido na última pesquisa em relação à anterior -, enfrenta problemas como o indícios de espionagem de que estaria sendo alvo por parte do governo norte-americano e ainda não esqueceu a sonora vaia que recebeu no mesmo Estádio Mané Garrincha em 15 de junho, na abertura da Copa das Confederações.
Ela ficou visivelmente desconcertada e abreviou seu discurso naquele dia, quando o Brasil venceu o Japão por 3 a 0 - na ocasião, também ocorreram protestos fora de campo.
Brasil e Austrália jogam num 7 de setembro - Dilma, que está na Rússia para reunião do G-20, volta ao Brasil no sábado e vai participar das comemorações oficiais do Dia da Independência em Brasília - e estão previstas manifestações na capital federal não só na região do desfile como nas cercanias do Mané Garrincha. Também poderão ocorrer protestos no interior do estádio.
O convite a Dilma Rousseff é assunto que não agrada à cúpula da CBF. "Se ela vai ao jogo? É preciso perguntar para a assessoria dela", disse Del Nero, ao ser questionado na segunda-feira. "A presidente é sempre convidada", completou. Marin segue a mesma linha: "A presidente é sempre bem-vinda".
Oficialmente, a versão para a provável ausência da presidente no Mané Garrincha é o desgaste da viagem de volta desde São Petersburgo. Mas as festividades do Dia da Independência serão realizadas antes da partida do Brasil, no mesmo sábado, e ela deverá estar presente.
A ausência de Dilma em jogos da seleção já causou desconforto até na Fifa. Em entrevista recente, o presidente da entidade, Joseph Blatter, reclamou do fato de a presidente não ter ido ao Maracanã em 30 de junho, para assistir à final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha e ao consequente encerramento da competição.