Brasil

Não defender pré-sal é desconhecer realidade, diz Dilma

Presidente rebateu a candidata Marina Silva (PSB) ao falar sobre o incentivo à produção de petróleo no País

Dilma Rousseff (PT) na Casa de Cultura do Pelourinho, em Salvador (BA) (Ichiro Guerra/Dilma 13/Divulgação)

Dilma Rousseff (PT) na Casa de Cultura do Pelourinho, em Salvador (BA) (Ichiro Guerra/Dilma 13/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 19h01.

Salvador - A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) rebateu a também candidata Marina Silva (PSB) nesta sexta-feira, em Salvador, ao falar sobre o incentivo à produção de petróleo no País.

Ontem, em encontro com produtores de açúcar e etanol, no interior de São Paulo, Marina havia tecido críticas à atuação do governo federal para o setor, dizendo que era "preciso corrigir políticas equivocadas que incentivaram o uso de combustíveis fósseis em vez dos renováveis no País".

Dilma classificou as críticas de Marina como "desconhecimento da realidade" e defendeu os investimentos realizados para extração de petróleo da camada pré-sal.

"Quem acha que o pré-sal tem de ser reduzido não tem uma visão real do Brasil", disse a presidente.

"Isso é um retrocesso e uma visão obscurantista. É um desconhecimento da realidade supor que haja, hoje, entre várias fontes de energia alternativa, alguma capaz de substituir o petróleo no campo da matriz de combustíveis, a que move o transporte. Nem o etanol, nem o biodiesel são alternativas concretas ao petróleo. Elas complementam, mas não substituem."

A presidente comparou os dois biocombustíveis às matrizes alternativas de fornecimento de energia elétrica, como a eólica e a solar.

"No Brasil, quem não investir em (usinas) hidrelétricas está alienando uma das fontes de competitividade do País, porque a alternativa à hidrelétrica não é a energia solar ou a eólica. Elas são complementares, se a opção do governo, como é o nosso caso, é pela produção de energia limpa. A alternativa à hidrelétrica é a energia de origem do petróleo, as usinas térmicas a gás e a carvão, ou, no pior dos casos, a óleo combustível."

Dilma também defendeu os prometidos legados da exploração do petróleo da camada pré-sal. "Dependendo da política que você faça, é possível transformar uma riqueza finita em passaporte para o futuro", afirmou.

"Nós aprovamos no Congresso que 75% dos royalties do pré-sal e 50% do fundo social do pré-sal seriam destinados à educação. Isso representa, em 35 anos, em torno de R$ 1,3 trilhão que serão destinados para a educação."

Dilma esteve em Salvador para uma agenda mista, entre eventos oficiais e gravações para seu programa eleitoral. Como presidente, visitou as instalações da Faculdade de Tecnologia Senai Cimatec.

Ela disse ter ficado "extremamente impressionada" com as pesquisas que estão sendo desenvolvidas no lugar - em especial no caso das envolvendo novos materiais, como polímeros mesclados com resíduos orgânicos, como casca de arroz e de coco.

"(A unidade) tem um nível de laboratórios capaz de modernizar o padrão da indústria", disse.

No mesmo local, a presidente gravou imagens com estudantes da instituição.

Depois, seguiu para o Pelourinho, onde voltou a produzir materiais para sua campanha política e recebeu uma homenagem do movimento negro, na sede do bloco Olodum, por ter sancionado uma lei em 2011 que reconhece como heróis nacionais os líderes da Revolta dos Búzios, também conhecida como Revolta dos Alfaiates e Conjuração Baiana.

Ocorrido em agosto de 1798, o movimento protestava por melhores condições de vida.

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