Presidente afastada Dilma Rousseff e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo: ele lerá uma carta assinada por ela para os senadores da comissão de impeachment (Paulo Whitaker / Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 6 de julho de 2016 às 11h46.
São Paulo – Estava marcado para esta quarta-feira o interrogatório da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) na Comissão Especial de Impeachment. A petista, no entanto, decidiu não comparecer. No lugar, o ex-ministro José Eduardo Cardoso, que cuida de sua defesa, lerá uma carta escrita pela presidente afastada.
A decisão foi anunciada ontem na página de Dilma na rede de microblogs Twitter. Segundo a postagem, a presidente afastada deve se pronunciar aos senadores em outro momento – provavelmente na reta final do processo de impeachment.
"A minha defesa amanhã [quarta] será feita por escrito e lida pelo meu advogado [Cardozo]. Estamos avaliando a minha ida ao plenário do Senado, em outro momento", publicou a petista na rede social. Acompanhe a leitura do documento assinado por Dilma:
PRÓXIMOS PASSOS
7 a 27 de julho: As alegações finais
Prazo para que acusação e defesa apresentem suas alegações finais.
2 de agosto: Leitura do parecer
O relator da comissão de impeachment, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), tem até o dia 2 de agosto para apresentar novo parecer sobre o caso.
4 de agosto: Votação do parecer na comissão de impeachment
Por volta das 11h, começa a votação do parecer na comissão de impeachment. Se aprovado, o relatório é lido no dia seguinte no Plenário do Senado.
9 de agosto: Segunda votação do impeachment
Em sessão presidida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, os senadores decidem sobre a procedência da denúncia. Nessa etapa, é necessário o voto da maioria simples dos senadores para que o processo continue.
Se for aprovado em Plenário, serão concedidas 48 horas para que acusação e defesa se manifestem. Após esse período, haverá um prazo de dez dias para a marcação da data do julgamento definitivo.
Votação final: provavelmente entre 25 e 27 de agosto
Na terceira e última votação, os senadores deliberam sobre a culpa de Dilma Rousseff. Caso dois terços da Casa decidam que a presidente é culpada pelos crimes de responsabilidade fiscal, ela é condenada e se torna inelegível por oito anos.