Brasil

Dilma isenta empresas e culpa funcionários na Lava Jato

Presidente afirmou que "malfeitos" foram cometidos por profissionais e não pelas instituições


	A presidente Dilma Rousseff: presidente disse que não cabe a ela comentar possibilidade de acordo de leniência com as empresas
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff: presidente disse que não cabe a ela comentar possibilidade de acordo de leniência com as empresas (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 10h13.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff procurou nesta sexta-feira isentar as empresas dos "malfeitos" investigados pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, dizendo que foram cometidos por funcionários e que o governo trata dessa questão considerando a necessidade de geração de empregos e renda.

Questionada sobre a possibilidade das empresas envolvidas nas investigações fecharem um acordo de leniência com o governo para manter seus contratos de obras públicas e não serem declaradas inidôneas, Dilma disse que não cabia a ela comentar essa possibilidade.

Um ministro do governo disse à Reuters na quinta-feira, sob condição de anonimato, que já há consultas informais de algumas empresas sobre um possível acordo de leniência.

"O que o governo fará é tudo dentro da legalidade. Nós iremos tratar as empresas tentando, principalmente, considerar que é necessário criar emprego e gerar renda no Brasil", disse a presidente na primeira conversa com jornalistas desde que assumiu o segundo mandato.

"Isso não significa, de maneira alguma ser conivente, ou apoiar ou impedir qualquer investigação ou qualquer punição a quem quer que seja, doa a quem doer", acrescentou a presidente.

A presidente citou especificamente a Petrobras, que está no centro de um escândalo bilionário de corrupção envolvendo funcionários, empreiteiras e políticos. Para Dilma, a empresa não pode ser tratada como se tivesse cometido irregularidades, que foram praticadas por funcionários seus.

"Os donos das empresas ou os acionistas das empresas serão investigados, porque a empresa não é ente que esteja desvinculado de ser acionistas", disse.

"Eu não vou, por exemplo, tratar a Petrobras como a Petrobras tendo praticado malfeitos, quem praticou malfeitos foram funcionários da Petrobras que vão ter de pagar por isso", disse a petista. IR A presidente disse ainda que o governo vai propor novamente ao Congresso a atualização da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física em 4,5 por cento. Essa será a terceira vez que o governo propõe esse patamar de reajuste.

Na última tentativa, o Congresso alterou o percentual para 6,5 por cento e Dilma vetou a mudança. O veto será analisado pelos parlamentares nas próximas semanas. Dilma disse que se o veto for derrubado vai lamentar. "Sinto muito", disse.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasDilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilEmpresas abertasEmpresas brasileirasEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava Jato

Mais de Brasil

Terceira morte por suspeita de intoxicação por metanol é registrada em São Paulo

Congresso pede ao STF para número de deputados por estado ser mantido em 2030

'Redução de penas não satisfaz Bolsonaro', diz Tarcísio após visita em prisão domiciliar

Barroso afirma que 'anistia imediata' aos condenados pelo 8 de janeiro não é 'positiva'