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Dilma inicia reforma e oficializa Mercadante na Casa Civil

Presidente oficializou a mudança em três ministérios, dando início às aguardadas substituições no primeiro escalão que devem atingir pelo menos dez ministérios

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 17h24.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff oficializou a mudança em três ministérios nesta quinta-feira e confirmou Aloizio Mercadante como novo chefe da Casa Civil, dando início às aguardadas substituições no primeiro escalão que devem atingir pelo menos dez ministérios.

Além de Mercadante, que assume a Casa Civil no lugar de Gleisi Hoffmann, Dilma também formalizou a nomeação do médico Arthur Chioro para o Ministério da Saúde no lugar de Alexandre Padilha. Gleisi volta a ocupar a vaga no Senado e disputará o governo do Paraná, e Padilha vai se candidatar ao governo do Estado de São Paulo.

No lugar de Mercadante, que estava na Educação, a presidente nomeou o secretário-executivo da pasta, José Henrique Paim. As trocas foram informadas pelo Palácio do Planalto por meio de uma nota oficial.

Nesta quinta, Dilma também informou à ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, que a substituirá pelo atual porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, segundo relatou à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto.

As mudanças estão ocorrendo porque vários ministros precisam deixar o governo para disputar as eleições de outubro e para que a presidente possa ampliar a coalizão partidária que dará sustentação ao seu projeto de reeleição.

Dilma deve continuar se reunindo com presidentes de partidos aliados nos próximos dias para definir o espaço de cada um na reforma ministerial.

O PMDB, maior aliado do governo no Congresso, aguarda para esta semana a definição da presidente sobre quais ministérios ficarão sob seu comando. A expectativa entre os peemedebistas é que possam indicar os substitutos de Antonio Andrade (Agricultura) e Gastão Vieira (Turismo), ambos deputados da legenda, e que Dilma também nomeie um colega para o Ministério dos Portos.


Há demandas ainda do PP, que comanda a pasta das Cidades e quer ampliar seu espaço na Esplanada dos Ministérios; do PTB, que quer um lugar no primeiro escalão para apoiar a reeleição de Dilma; e do recém-criado Pros, que também almeja um ministério.

Novos Ministros

Os novos ministros devem tomar posse na segunda-feira no Palácio do Planalto. Apesar de terem sido confirmados apenas nesta quinta, os convites para assumirem as pastas foram feitos na semana passada.

O novo chefe da Casa Civil já despachava no Palácio do Planalto desde a semana passada e coordenou reuniões com outras áreas do governo.

Petista histórico e próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi líder do governo no Senado, Mercadante, de 59 anos, começou o governo no comando do Ministério da Ciência e Tecnologia, uma espécie de prêmio de consolação depois de ter perdido a disputa para o governo do Estado de São Paulo.

Com a saída do então ministro da Educação, Fernando Haddad, no início de 2012, para disputar a Prefeitura de São Paulo, Mercadante assumiu a pasta.

Nos últimos meses, transformou-se num dos auxiliares mais próximos de Dilma. Na Casa Civil, seu poder deve se ampliar.

O médico Chioro, que já acompanhou a presidente na viagem a Cuba e lá foi apresentado por ela como futuro ministro da Saúde, foi secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, cidade comandada por Luiz Marinho, um dos petistas mais próximos a Lula.


Chioro também foi diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde entre 2003 e 2005. Pouco antes da nomeação para o primeiro escalão, ele se viu envolvido em uma polêmica por ser sócio de uma consultoria que prestava serviços a prefeituras.

Com a revelação do suposto conflito de interesses, Chioro anunciou seu desligando da empresa, o repasse de suas cotas para a sua esposa e que a consultoria pararia suas atividades enquanto estivesse no cargo de ministro.

Apesar disso, o Ministério Público promete investigar o caso.

O novo indicado para o Ministério da Educação, José Henrique Paim Fernandes, que ocupava a secretaria-executiva da pasta desde a gestão do ex-ministro Fernando Haddad, é um dos técnicos do governo com maior prestígio junto a Dilma. Costumava despachar com a presidente na ausência do titular da pasta e é consultado constantemente quando ela quer dados atualizados da área.

Além de secretário-executivo, Paim também foi presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O futuro ministro da Comunicação Social, o jornalista Thomas Traumann, de 46 anos, chegou ao governo em janeiro de 2011 como assessor da Casa Civil quando Antonio Palocci comandava a pasta. Com a saída de Palocci, após denúncias, naquele mesmo ano foi para a Secretaria de Comunicação Social e assumiu como porta-voz da Presidência em janeiro de 2012.

Desde então, se tornou um dos assessores mais próximos de Dilma e, após as manifestações populares do ano passado, ficou responsável pela estratégia de comunicação da presidente nas redes sociais.

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