Brasil

Dilma faz ‘liquidação’ de medidas do velho modelo

Governo faz uma espécie de "limpeza de estoque" da era de Guido Mantega à frente da Fazenda


	Joaquim Levy: o item que mais chamou a atenção pela contradição com o discurso de Levy foi o aporte ao BNDES
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Joaquim Levy: o item que mais chamou a atenção pela contradição com o discurso de Levy foi o aporte ao BNDES (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 06h52.

Brasília - Na transição entre duas políticas econômicas diferentes, o governo vem adotando medidas que às vezes apontam para direções opostas.

Em contraste com o discurso de austeridade adotado pelo futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o Planalto segue produzindo endividamento e manobras contábeis. Mas nada disso provoca crise porque é jogo combinado, segundo se comenta nos bastidores.

É uma espécie de "limpeza de estoque" da era de Guido Mantega à frente da Fazenda.

Além do aporte de R$ 30 bilhões no BNDES e da autorização para usar o saldo financeiro de outros anos para pagar despesas obrigatórias de 2014, constantes de uma medida provisória editada na quarta-feira, o governo se prepara também para corrigir a tabela progressiva do Imposto de Renda da Pessoa Física em 4,5% para 2015, uma medida que reduzirá a estimativa de arrecadação em cerca de R$ 5 bilhões.

Também está a caminho uma reformulação de tabelas do Simples que só não causará impactos negativos no caixa se o faturamento das empresas inscritas aumentar em 4,2%.

Dessa lista, o item que mais chamou a atenção pela contradição com o discurso de Levy foi o aporte ao BNDES.

Na única manifestação que fez desde sua indicação, ele disse que seu objetivo imediato é reduzir o volume da dívida bruta como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) e que, para isso, não deveria haver "ampliação do estoque de transferências do Tesouro para as instituições financeiras públicas".

Foi exatamente isso que a medida provisória fez.

"É o inverso do que disse o ministro Levy", admitiu o senador Romero Jucá (PMDB-RR). "Mas ele ainda não assumiu."

Sem surpresa

Um interlocutor da presidente Dilma disse que Levy não foi surpreendido pelo aporte, que servirá para atender a contratos assinados pelo banco. Já se sabia, há alguns meses, que o BNDES precisaria de mais recursos para honrar os contratos deste ano.

Nos bastidores, o entendimento é que essa injeção de recursos não altera a diretriz de, a partir de 2015, mudar a forma de atuação do BNDES.

As grandes empresas, largamente beneficiadas na atual fase, serão estimuladas a buscar recursos no mercado para investir.

A estratégia é aquela descrita por Levy em seu discurso: estimular o desenvolvimento do mercado de capitais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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