Dilma e Gleisi: a senadora é acusada de ter recebido R$ 1 milhão para a campanha do esquema de corrupção na Petrobras (Agência Brasil)
EXAME Hoje
Publicado em 28 de julho de 2017 às 06h09.
Última atualização em 28 de julho de 2017 às 07h54.
A ex-presidente Dilma Rousseff presta depoimento nesta sexta-feira à Operação Lava-Jato. Não como investigada, contudo. A petista comparece à Justiça como testemunha de defesa da senadora correligionária Gleisi Hoffmann (PT-PR), denunciada, ao lado de seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, por suposto recebimento de 1 milhão de reais do esquema de corrupção da Petrobras para custear a campanha eleitoral ao Senado em 2010.
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Dilma depõe às 13 horas, na sede da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em favor de Gleisi, também nesta sexta-feira, às 17 horas, haverá o testemunho do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, na Justiça Federal da Bahia. Na última segunda, outra ex-presidente, Graça Foster, falou às autoridades.
Dilma e companhia tentam desconstruir a narrativa da Procuradoria-Geral da República (PGR): o cargo de Paulo Bernardo e sua influência dentro da empresa era fundamental para manter no cargo o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Em troca do apoio, o diretor promoveu pagamento à campanha por meio de operação de Youssef. Para as defesas de Gleisi e Paulo Bernardo, a PGR fundamentou a denúncia exclusivamente nas delações premiadas de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, primeiro passo para a investigação.
Por conta do foro privilegiado de Gleisi, a ação penal tramita no Supremo Tribunal Federal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de quinta-feira, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato, chegou a manter seu gabinete funcionando durante o recesso do Judiciário para terminar julgamentos que envolvam a Petrobras ainda neste ano. Dois casos promissores são dos deputados federais Nelson Meurer (PP-PR) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). O terceiro entre os prioritários é o de Gleisi e Paulo Bernardo. Eles são réus no Supremo há quase um ano, desde setembro de 2016.
A Lava-Jato, como ficou claro ontem, avança: o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Ademir Bendine, colocado por Dilma na petroleira, foi preso. Mas, na Suprema Corte, ninguém com foro privilegiado foi condenado até agora.