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Dilma estreita relação com Eduardo Campos de olho em 2014

O presidente do PSB negou que o encontro fosse referente à eleição presidencial de 2014


	Eduardo Campos, governador de Pernambuco, criticou em novembro o modelo de desonerações tributárias adotado pela presidente Dilma Rousseff
 (Marcelo Jorge Loureiro/Contigo)

Eduardo Campos, governador de Pernambuco, criticou em novembro o modelo de desonerações tributárias adotado pela presidente Dilma Rousseff (Marcelo Jorge Loureiro/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 19h55.

Brasília - Em mais um gesto para reforçar a aliança política com o PSB, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta segunda-feira com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que preside o partido, num esforço iniciado após as eleições municipais para evitar que os socialistas o lancem como candidato à Presidência em 2014.

O nome de Campos para a disputa presidencial ganhou força após as eleições municipais em 2012, quando o PSB elegeu mais de 440 prefeitos e chegou ao comando de cinco capitais. Desde então, Dilma já se reuniu pelo menos quatro vezes com o governador pernambucano.

O encontro desta segunda foi marcado por Dilma durante o período de férias da presidente e, segundo um parlamentar socialista, que falou sob condição de anonimato, serviria para conversar sobre política.

Campos, que tem dito ser cedo para lançar uma candidatura à Presidência, afirmou que o partido continuará apoiando o governo da petista.

"A eleição de 2014 será em 2014. Para chegarmos a 2014 precisamos passar por 2013. E para passar por 2013 e ajudar o Brasil, a gente precisa ajudar a presidenta Dilma a fazer este ano um ano positivo, um ano melhor do que foi o ano de 2012", disse Campos a jornalistas após o encontro.

"Nós não estamos tratando de 2014, até porque não chegou a hora de tratar de 2014", disse ele, após uma reunião de quase duas horas, negando que a eleição do próximo ano tenha sido discutida.


Paralelamente, o socialista tem falado com frequência sobre as dificuldades econômicas do país. Em novembro, num seminário com os prefeitos eleitos do PSB, Campos fez duras críticas ao modelo de desonerações tributárias promovido por Dilma e disse que elas afetaram os investimentos dos Estados.

O parlamentar do PSB disse à Reuters que o governador foi exortado por colegas de partido nos últimos dias a falar francamente com Dilma e expressar o desejo do PSB em lançar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2014.

"Ela o convocou para uma conversa mais política", disse esse parlamentar. "E acho que ele vai dizer o que precisa ser dito. Que temos um compromisso com o governo e com o crescimento econômico do país em 2013. Mas que não temos nada combinado com ninguém para 2014", afirmou o socialista.

Na avaliação do PSB, o PT, de quem historicamente os socialistas são aliados, não romperá sua aliança com o PMDB no ano que vem e diante disso o partido precisa ganhar corpo para ter seu próprio projeto de poder, o que passaria pelo lançamento da candidatura de Campos já no ano que vem.

2018 A perspectiva de ter Campos como adversário na disputa pela Presidência em 2014 já faz com que petistas pensem num acordo em que o PT abriria mão de encabeçar a chapa em 2018, privilegiando Campos, disse um membro da cúpula do PT no final do ano passado.

"Acho que vamos ter que fazer uma negociação forte com o PSB sobre as perspectivas de se manter dentro da (atual) aliança", disse o petista sob condição de anonimato à época.


Essa negociação, segundo a fonte, envolveria o apoio do PT a Campos para a Presidência em 2018, quando a presidente Dilma Rousseff completaria seu segundo mandato, se reeleita em 2014.

Nesta segunda, antes de se reunir com Campos, Dilma discutiu com o vice-presidente Michel Temer o movimento de aproximação com o PSB.

Uma fonte do PMDB disse à Reuters que Temer concordou que a presidente deve se manter próxima a Campos e fazer todos os esforços necessários para ter o PSB na aliança até 2014, evitando fissuras na base aliada.

Segundo essa fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, o próprio Temer colocou-se à disposição para ajudar Dilma, se necessário, nesse diálogo com o PSB.

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