Brasil

Dilma entrega uma em cada três creches prometidas

Das 8.787 unidades planejadas no total, só 2.940 saíram do papel - cerca de 33%


	Dilma Rousseff: verbas para a construção de creches prometidas pela presidente não foram repassadas
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Rousseff: verbas para a construção de creches prometidas pela presidente não foram repassadas (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2015 às 08h21.

Rio - Promessa do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2007 e de sua sucessora, Dilma Rousseff, três anos depois, o Proinfância fracassou na meta de ter, em 2014, 6 mil creches em funcionamento no País. Das 8.787 unidades planejadas no total, só 2.940 saíram do papel - cerca de 33%.

Os dados foram fornecidos pelo Ministério da Educação (MEC) ao Estado.

Em 2010, a candidata Dilma anunciara que o repasse de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para prefeituras atingiria a meta até o ano passado. Não foi o que aconteceu.

Segundo balanço até 11 de novembro, das 5.847 creches que não vingaram, 3.167 estão em "ação preparatória", 2.093, em obras, 487 paralisadas e cem foram canceladas.

O Estado em pior situação é o Amapá: de 34 creches, só duas foram construídas. Atrás, vem o Rio, com 21 das 278 unidades previstas. São Paulo aparece em 23º lugar, com 379 creches prontas das 904 prometidas.

As verbas, no entanto, foram repassadas. Dos R$ 10,8 bilhões orçados, R$ 8,5 bilhões estão com as prefeituras - 78%.

As quatro creches mais caras do programa, que vão de R$ 4,6 milhões a R$ 6,2 milhões, ainda não saíram do papel. As duas primeiras ficam em São José dos Campos, no Vale do Paraíba - e já receberam R$ 1,3 milhão e R$ 1,2 milhão.

As outras duas ficam em Santo André e Mauá, no ABC paulista, e custariam, respectivamente, R$ 4,7 milhões e R$ 4,5 milhões. Nenhuma teve as obras iniciadas.

De acordo com o Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do MEC, apenas 23,2% das crianças de 0 a 3 anos frequentam creches. A meta do governo federal é atender até 2016 pelo menos 50%.

O problema da falta de vagas preocupa mães de todo o País. A frentista Taísa Calmon, de 18 anos, procura uma vaga para o filho Samuel, de 1 ano e 3 meses, desde maio.

Ela torce para que a creche da Praça Pintor Auguste Pettit, em Realengo, zona norte do Rio, fique pronta. "A prefeitura diz que a fila é muito grande e não tem vaga. Estou pagando R$ 300 para uma mulher ficar com ele enquanto trabalho. Mas, com o meu salário, fica puxado", conta a frentista.

Segundo dados do ministério, a unidade foi autorizada em 2011, no valor de quase R$ 3 milhões. Na cidade do Rio, nenhuma das 31 creches está pronta e 11 ainda nem saíram do papel.

Em Guarulhos, na Grande São Paulo, três creches também não viraram realidade. Todas foram autorizadas em 2012, com custo que varia de R$ 2,2 milhões a R$ 3 milhões. Na Rua Diva, no Parque Santo Antonio, o terreno que previa a construção do equipamento já acumula mato alto. Segundo o MEC, só 2% das obras avançaram.

Enquanto isso, para trabalhar, o porteiro André de Carvalho, de 32 anos, depende da mãe, que vem de Mairiporã - a quase 25 km de distância -, para cuidar do filho dele, de 1 ano.

"Não tenho condição de pagar R$ 500 por uma creche. Faz tempo que estão prometendo, e nada", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CrechesDilma RousseffLuiz Inácio Lula da SilvaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP