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Dilma em NY: celeuma internacional

Três semanas se passaram, e tudo mudou. Na quinta-feira, 31 de março, a presidente Dilma Rousseff desistiu na última hora de ir à Cúpula de Segurança Nuclear, em Washington, para tentar barrar o avanço do impeachment na Câmara dos Deputafos. Tendo perdido essa batalha, agora Dilma quer viajar. Nesta quinta-feira, ela vai a Nova York […]

NOVA YORK: Dilma pretende denunciar golpe; oposição deve viajar também / Ivan2010/ Wikimedia Commons (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

NOVA YORK: Dilma pretende denunciar golpe; oposição deve viajar também / Ivan2010/ Wikimedia Commons (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2016 às 06h13.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h31.

Três semanas se passaram, e tudo mudou. Na quinta-feira, 31 de março, a presidente Dilma Rousseff desistiu na última hora de ir à Cúpula de Segurança Nuclear, em Washington, para tentar barrar o avanço do impeachment na Câmara dos Deputafos. Tendo perdido essa batalha, agora Dilma quer viajar. Nesta quinta-feira, ela vai a Nova York para dizer ao mundo que foi vítima de um golpe.

Dilma pretende falar na sexta-feira na assinatura do Acordo de Paris sobre o Clima, na ONU. Sua estratégia foi criticada por membros da oposição no Congresso e por ministros do Supremo Tribunal Federal. Decano do STF, o ministro Celso de Mello classificou a atitude como um erro “grande e gravíssimo”. Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador Aloysio Nunes, do PSDB, disse que ela “presta um desserviço ao país”. Oposicionistas até entraram com uma ação judicial para impedir que Dilma utilize dinheiro público na viagem.

Num episódio que pode transformar a briga de feira interna em celeuma internacional, os deputados José Carlos Aleluia, do DEM, e Luiz Lauro Filho, do PSB, disseram que vão a Nova York e darão entrevistas para “contar a verdade” do que acontece no Brasil.

A verdade é que a defesa de Dilma tem encontrado mais respaldo no exterior do que no Brasil. O New York Times classificou a base legal para o impeachment como “espinhosa”. A maior dificuldade dos estrangeiros, como o jornal inglês The Guardian, é entender como o deputado Eduardo Cunha, solapado por denúncias de corrupção, pôde conduzir o processo.

Por aqui, analistas dizem que a narrativa de Dilma não tem efeito prático. “O que ela ganha indo aos EUA denunciar um golpe? Só irrita o Congresso e limita o STF, que constitucionalmente tem o poder de deliberar o assunto”, diz Lucas Aragão, sócio-diretor da consultoria Arko Advice. Enquanto Dilma estiver fora, adivinha quem assumirá a Presidência interinamente? Michel Temer, o “chefe do golpe”.

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