Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff durante ato comemorativo aos dez anos do Programa Bolsa Família, no Museu da República (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 30 de outubro de 2013 às 15h38.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff defendeu o programa Bolsa Família nesta quarta-feira das críticas e disse que o benefício não "acomoda" e nem "vicia" os beneficiários, críticas feitas por opositores do governo segundo ela.
As declarações ocorreram durante evento que comemora os 10 anos do programa, que segundo cálculos do governo já retirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza no país.
A cerimônia, no Museu da República, em Brasília, se transformou num palco de desagravo às críticas sofridas pelo governo e tanto Dilma, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usaram boa parte dos seus discursos para rebater adversários.
"Nós sabemos que o ódio dos críticos do Bolsa Família é um ódio anacrônico...é uma posição antiga e obscurantíssima", disse Dilma.
Segundo ela, por espírito democrático o governo deve ouvir as críticas, mas jamais concordar com os adversários.
"Ninguém que governa de costas para o povo tem legitimidade para atacar o combate à desigualdade que nós fizemos. Muitos dizem que eles se conduzem assim porque não entendem a vida dos pobres e também porque nunca quiseram enxergar a pobreza", discursou a presidente.
Lula usou parte do seu discursou para relembrar críticas de adversários e citar matérias da mídia que tinham criticado o programa ao longo de 10 anos.
"A pior crítica é que ele iria estimular a...vagabundagem", disse Lula.
O Bolsa Família, lançado no primeiro ano do governo Lula, atende a mais de 12 milhões de famílias e consome cerca de 24 bilhões de reais por ano. Uma das críticas mais comuns ao programa é que ele não oferece alternativas para que os beneficiários deixem de receber o benefício.
Sobre essa crítica, Dilma disse que o programa "nunca veio para ser o fim do caminho, mas sim uma ponte". "Nunca veio para ser o topo da escada, mas o primeiro degrau", argumentou.
"Veio para ser a porta de saída da miséria e a porta de entrada de um mundo de esperança", acrescentou.
Lula ainda traçou um paralelo com o dinheiro gasto pelos Estados Unidos na guerra do Iraque.
"A guerra do Iraque consumiu 3 trilhões de dólares. Seria possível levar dinheiro de transferência de renda a 1 bilhão de pessoas por 10 anos", calculou o ex-presidente.