Brasil

Dilma e Aécio travam batalha intensa nas redes sociais

Os dois candidatos têm usado a plataforma para fazer ataques, defender-se e mostrar algumas propostas


	Aécio Neves cumprimenta a presidente Dilma antes de debate organizado pela Band, em São Paulo
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Aécio Neves cumprimenta a presidente Dilma antes de debate organizado pela Band, em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 19h52.

São Paulo - Além dos enfrentamentos cara a cara feitos nos debates televisivos, os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) têm protagonizado uma batalha intensa nas redes sociais.

Os dois candidatos têm usado a plataforma para fazer ataques, defender-se e mostrar algumas propostas. A estratégia da petista e do tucano também é similar na utilização de artistas declarando voto de apoio.

Levantamento feito pelo Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, mostra que até as 17 horas desta quarta-feira Dilma fez 11 postagens no Twitter e 12 no Facebook, incluindo as compartilhadas de outras páginas.

O número é parecido com o do tucano, que, desde o início do dia, postou 14 mensagens no Twitter e dez no Facebook.

Na batalha por seguidores, o tucano leva vantagem no Facebook, com 3.151.182 seguidores contra 1.764.480 que acompanham as postagens da presidente.

Já no Twitter, Dilma lidera com folga: tem 2.901.805 seguidores contra 192.447 do tucano, que aderiu às mensagens instantâneas desta plataforma bem mais tarde do que a presidente.

Nas mensagens de hoje, Dilma aproveitou sua passagem por Uberaba (MG) para lançar a hashtag #DilmaPraMudarMinas. A investida da petista no Estado tenta conter um possível avanço do tucano em um território considerado estratégico para ambos.

Dilma tem explorado com frequência o fato de ter vencido Aécio em Minas Gerais no primeiro turno e argumenta que "quem conhece não vota nele".

Economia

Com mensagens publicadas pela assessoria de imprensa em seu perfil pessoal, a presidente voltou a atacar o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, que foi apontado por Aécio como eventual futuro ministro da Fazenda e disse que ele "acha que o salário mínimo está alto demais".

"Nessa campanha é importante lembrar como foi o governo do PSDB. Eles desempregaram 11 milhões de brasileiros", escreveu.

Já Aécio, que hoje pela manhã não teve atividades públicas, aproveitou o Twitter para continuar reforçando o seu discurso contra a economia e garantir que não acabará com programas sociais do PT.

"Cada mês, a desconfiança é maior em relação à economia", postou o tucano. "Reafirmo meu compromisso com os programas sociais, como o Bolsa Família, e o fortalecimento dos bancos públicos".

O tucano aproveitou ainda para escrever sobre o que chamou de "compromisso pessoal" com os aposentados e voltou a dizer que se eleito vai rever o fator previdenciário.

Ele destacou também que vai continuar lutando contra "as mentiras do PT". No Facebook, a aposta dos candidatos foi desde vídeos próprios até exaltação de artistas que estão os apoiando.

Aécio aparece em duas mensagens gravadas. Em uma delas, pede mobilização e repete que "falta muito pouco tempo para a libertação do Brasil". Em outro vídeo, o tucano destaca que "o Brasil merece um governo decente, eficiente, qualificado".

No quesito artistas, Aécio destacou o depoimento da cantora Paula Toller e, logo na sua primeira postagem de hoje, colocou um vídeo do cantor Xandnax, vocalista da banda Aviões do Forró, com uma paródia da música Festa, de Ivete Sangalo.

Já Dilma usou o Facebook nesta quarta-feira para mostrar, entre outras coisas, o apoio de intelectuais internacionais.

Com a frase "se eu fosse brasileiro eu votava em Dilma Rousseff", a página da presidente mostrou o apoio do jornalista francês Ignácio Ramonet, do escritor argentino Mempo Giardinelli, do compositor cubano Silvio Rodríguez e do escritor uruguaio Eduardo Galeano.

Em uma das mensagens, originalmente publicada pela página do PT, Dilma voltou a usar a crise hídrica vivida em São Paulo para criticar o que tem chamado de falta de planejamento e gestão dos governos tucanos.

Nas postagens, há uma foto de Aécio ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e uma nota da Agência Nacional de Águas rebatendo declarações do governo estadual.

Uso das redes

Ao longo de toda campanha, as redes sociais tornaram-se importante ferramentas de comunicação. No pleito passado, a força dessas comunidades virtuais ainda não tinha relevância, mas nas eleições de 2014 definitivamente elas tiveram um papel muito importante.

Para o doutor em Comunicação e professor de mídias sociais do Mackenzie Celso Figueiredo, ao longo do processo eleitoral, a campanha de Dilma tem sido mais consistente e com melhor nível técnico. No entanto, Aécio tem sido o mais inovador.

"O Aécio foi o mais inovador ao usar o WhatsApp e incentivar a disseminação de seu vídeo, mas de uma maneira geral a distribuição de assuntos da campanha da Dilma é mais completa", afirmou.

Para o professor, a petista tem um estrutura mais consistente por trás de sua candidatura, mas nesta reta final é o tucano que tem conseguido marcar uma presença maior nas redes.

"Agora no final tenho visto Aécio mais presente, com apoios e vídeos que vão desde o depoimento de FHC até de Chitãozinho e Xororó".

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesDilma RousseffEleiçõesEleições 2014InternetPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresRedes sociais

Mais de Brasil

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula