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Dilma diz que não usa tática do medo contra Marina

A presidente voltou a criticar a proposta de independência do Banco Central


	Dilma Roussef e Marina Silva: "ela tem uma posição favorável aos bancos, eu não tenho", afirmou Dilma
 (Bruno Santos/Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma Roussef e Marina Silva: "ela tem uma posição favorável aos bancos, eu não tenho", afirmou Dilma (Bruno Santos/Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 09h48.

São Paulo - A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, rechaçou nesta segunda-feira durante entrevista ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, que está usando a tática do medo ao fazer críticas a sua adversária Marina Silva e exibir em seus programas eleitorais peças que mostram, por exemplo, pessoas ficando sem comida como consequência de algumas medidas propostas por Marina. "Tudo que eu falo sobre a candidata Marina está no programa dela", afirmou.

Dilma voltou a criticar a proposta de independência do Banco Central e afirmou que a redução do papel dos bancos públicos vai reduzir o financiamento de obras de infraestrutura e programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida.

"O governo coloca subsídio entre 90% e 95% (no Minha Casa, Minha Vida). Passa isso para banco privado e nunca esse País vai ver uma casa para os mais pobres", afirmou.

Segundo a presidente, não basta dizer que quer reduzir o papel dos bancos públicos, "tem que explicar para quanto quer reduzir". "Ela tem um alinhamento claro, ela tem uma posição favorável aos bancos, eu não tenho", afirmou, ponderando que os bancos "são importantíssimos".

Questionada sobre a posição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que criticou as propagandas eleitorais da petista, a presidente afirmou que "tem que ser julgada pelo TSE e não pelo procurador". "Ele pode ter a opinião dele, mas o tribunal vai ter que dar opinião", disse.

Petrobras

Dilma Rousseff também voltou a dizer que não tinha conhecimento dos crimes de corrupção praticados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ela reforçou que as investigações aconteceram porque o governo do PT deu autonomia à Polícia Federal. "Atos de corrupção não são praticados à luz de dia, têm de ser investigados", disse Dilma. A entrevista foi gravada ontem em Brasília.

Dilma negou que a escolha do ex-diretor Paulo Roberto, que está preso, tenha sido por indicação política. "Paulo Roberto Costa não foi escolhido fora dos quadros da Petrobras, ele tem 30 anos de Petrobras, antes de ir para a diretoria, ele fez uma carreira", disse, destacando passagens do executivo também no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

A presidente disse assegurar que se responsabiliza por suas escolhas e disse que ele tinha credenciais para assumir o cargo. "A descoberta que ele fez isso é uma surpresa", afirmou. "Se eu soubesse que ele era corrupto ele estava imediatamente demitido", afirmou.

Segundo Dilma, quem descobriu os crimes de corrupção foi a PF, que é ligada ao Ministério da Justiça e integra o governo. "Antes do governo Lula, a PF não investigava tudo. Hoje sai investigando doa a quem doer", disse.

A presidente voltou a dizer que é preciso investigar "não no sentido jornalístico", mas para que sejam produzidas provas. "As provas têm de ser sólidas para punir (os culpados). Se você não punir você está protegendo a corrupção", disse.

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