Presidente Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa após reunião de cúpula entre União Europeia e Brasil, em Bruxelas (Francois Lenoir/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 20h23.
Bruxelas - A presidente Dilma Rousseff negou nesta segunda-feira, 24, em Bruxelas, na Bélgica, que seu antecessor no Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, esteja manifestando insatisfação sobre seu governo a interlocutores políticos e empresariais. Conforme a presidente, Lula "não comentou" nenhum tipo de divergência, nem na gestão econômica do país, nem na articulação política do governo.
As negativas foram feitas pela presidente em entrevista coletiva concedida em Bruxelas, na Bélgica, onde a comitiva brasileira participou da reunião de cúpula Brasil-União Europeia. Falando a jornalistas brasileiros, a presidente foi indagada sobre as supostas divergências com Lula e negou qualquer ruído entre ela e seu antecessor. "Vocês podem tentar de todas as formas criar conflito, ruído ou barulho entre mim e o presidente Lula, mas vocês não vão conseguir", afirmou.
Sorrindo, em tom de ironia, a presidente contemporizou a seguir. "A imprensa é livre e tem direito de expressão", disse, reiterando: "O presidente Lula e eu não temos conflito, não temos divergências passíveis a não ser as normais", garantiu. Questionada se Lula teria feito algum tipo de crítica ou comentário com ela, a presidente respondeu, encerrando o assunto: "Nunca comentou comigo".
Conforme a reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda, o ex-presidente estaria manifestando a seus interlocutores políticos e no meio empresarial que Dilma precisaria mudar rumos da política econômica e substituir nomes, assim como melhorar as relações com a base aliada no Congresso. Segundo a reportagem, Dilma estaria "divorciada" das classes política e empresarial.
Lula também teria usado a expressão "validade vencida" para se referir à política econômica do governo, o que em longo prazo colocaria a perder os ganhos sociais alcançados desde a chegada do PT ao poder. Apesar das críticas, o ex-presidente não consideraria a gestão de sua sucessora como fracassada, nem teria a intenção de retornar ao cargo, muito menos de substituir Dilma nas eleições de 2014.