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Dilma diz que não está cansada de lutar

Dilma recorreu à história para dizer que sofre um processo de impeachment que classificou de golpe


	Dilma: a presidente recorreu à história para dizer que sofre um processo de impeachment que classificou de golpe
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma: a presidente recorreu à história para dizer que sofre um processo de impeachment que classificou de golpe (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2016 às 18h06.

Brasília - Há um dia da votação do Senado que deve decidir se será afastada, a presidente Dilma Rousseff disse que é uma "figura incômoda" mas que vai se manter de "cabeça erguida" e que lutará com todas as suas forças para que o seu mandato termine somente no dia 31 de dezembro de 2018.

Dilma recorreu à "história" para dizer que sofre um processo de impeachment que classificou de "golpe", e revelou que, mesmo se afastada, vai participar de eventos para os quais for convidada e disse que não está cansada de lutar.

"Eu sou uma figura incômoda. Eu me mantenho de pé, de cabeça erguida, honrando as mulheres. [Com isso], ficará claro que cometeram contra mim uma inominável, uma enorme injustiça. Eu vou lutar com todas minhas forças usando todos os meios disponíveis e legais de luta. Vou participar de todos atos e ações que me chamarem", disse, ao participar de evento de movimentos defensores dos direitos das mulheres em Brasília.

A presidente voltou a dizer que não vai renunciar e que essa hipótese "jamais" passou pela sua cabeça. "A renúncia passa pela cabeça deles, não pela minha".

Ao dizer que é preciso "dar nome aos bois", Dilma mencionou o nome do presidente da Câmara afastado, deputado Eduardo Cunha, e citou o vice-presidente Michel Temer como os que "proporcionaram ao país essa espécie de golpe feito não com armas e baionetas, mas rasgando nossa Constituição".

"Eu não estou cansada de lutar. Estou cansada é dos desleais e dos traidores", disse.

De acordo com a presidente, os que propõem a sua renúncia querem evitar "de todas as formas" que ela continue denunciando o que tem classificado como golpe.

"Para mim é um momento decisivo para a democracia brasileira que estamos vivendo hoje. Sem dúvida estamos num momento em que a gente sente que estamos fazendo a história desse país. A história ainda vai dizer o quanto de violência contra a mulher, de preconceito contra mulher tem nesse processo de impeachment golpista", disse, acrescentando que um dos componentes do processo decorre do fato de ser a primeira presidente eleita pelo voto popular.

A presidente discursou durante a abertura 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, na capital federal.

O evento reuniu milhares de delegadas de todas as regiões do país para discutir políticas públicas voltadas a garantir mais direitos e participação às mulheres.

Quando chegou ao local, Dilma foi ovacionada pelas presentes e permaneceu durante seis minutos abraçando as presentes no palco e mandando beijos para a plateia. Antes do evento começar, elas cantaram de mãos dadas e à capela, o Hino Nacional.

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