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Dilma diz que não concordará com movimentos pró-impeachment

"O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que estou dizendo, eu sei quantas penas duras foram (necessárias) para conquistar a democracia"


	A presidente Dilma Rousseff: ao ser perguntada sobre as manobras que recrudesceram pedindo seu afastamento do cargo, foi cuidadosa para não citar a palavra "impeachment" e nem "golpe"
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

A presidente Dilma Rousseff: ao ser perguntada sobre as manobras que recrudesceram pedindo seu afastamento do cargo, foi cuidadosa para não citar a palavra "impeachment" e nem "golpe" (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 16h14.

Brasília - Reconhecendo a preocupação do seu governo com as movimentações pró-impeachment, a presidente Dilma Rousseff avisou em entrevista, no Palácio do Planalto, que fará tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam.

Dilma, ao ser perguntada sobre as manobras que recrudesceram pedindo seu afastamento do cargo, foi cuidadosa para não citar a palavra "impeachment" e nem "golpe".

"O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que estou dizendo, eu sei quantas penas duras foram (necessárias) para conquistar a democracia. Nós não vamos em momento algum concordar (com movimentos pró-impeachment)", desabafou ela.

Segundo a presidente, "o governo está atento a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no País".

E emendou: "O pessoal do quanto pior melhor. Esse pessoal, só eles ganham, a população e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem", emendou a presidente, após cerimônia de entrega do prêmio Jovem Cientista.

O Planalto está fazendo um mapeamento para ver quantos votos dispõe da base aliada para barrar a tramitação do processo do impeachment.

A maior preocupação do governo é com a relação com o PMDB, que chegou a níveis muito ruins depois dos seguidos estresses com o vice-presidente Michel Temer, que chegou a dizer que Dilma, com 7% de popularidade, não chegaria ao final do mandato, apesar de depois ter voltado atrás e dito exatamente o contrário, que ela chega em 2018.

Pouco antes, no discurso, a presidente já havia dito que o Brasil é muito maior do que os "pessimistas de plantão" querem fazer crer. E acrescentou: "nós temos capacidade de superar os desafios".

Dilma tem feito várias reuniões com parlamentares e governadores não só para pedir apoio para a aprovação das novas medidas que ajudarão o ajuste fiscal, mas também para barrar a movimentação dos que apoiam o seu afastamento.

O governo sabe que a situação mais dramática é na Câmara, onde tem menos de 200 votos para barrar a iniciativa.

Na reunião com os governadores dos partidos aliados, na segunda-feira à noite, a presidente também apelou a eles para que trabalhem pela derrubada desta mobilização para tirá-la do cargo.

Falou também das medidas que está adotando tentando mostrar que o governo está trabalhando para tirar o País da crise. Vários governadores se ofereceram, inclusive, para fazerem uma frente ampla contra o impeachment.

Mas, em todas as conversas no governo, nos últimos dias, este assunto está presente, daí a mobilização dos interlocutores da presidente para evitar que esse processo se amplie.

Os ministros também foram recomendados a trabalhar em defesa do governo, recebendo parlamentares em seus gabinetes para convencê-los a derrubar todas as iniciativas pró-impeachment.

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