Brasil

Dilma diz que 'guerra psicológica' inibe investimentos

Em mensagem de fim de ano para redes de rádio e TV, presidente assumiu o compromisso de controlar a inflação e de manter o equilíbrio das contas públicas

Dilma Rousseff em vídeo para as redes de televisão: em pronunciamento de fim de ano, a presidente assumiu o compromisso do equilíbrio das contas públicas (Reprodução)

Dilma Rousseff em vídeo para as redes de televisão: em pronunciamento de fim de ano, a presidente assumiu o compromisso do equilíbrio das contas públicas (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 07h17.

Brasília - Na mensagem de fim de ano em cadeia de rádio e TV, a presidente Dilma Rousseff criticou "alguns setores" que fazem "guerra psicológica" e podem "inibir investimentos". Aproveitou para listar medidas de seu governo após as manifestações de junho e fez um apelo aos jovens para que comparem o Brasil de hoje com o do passado.

"Se alguns setores, seja por que motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas", disse a presidente, na fala de 11 minutos.

No discurso, Dilma assegurou o compromisso com a manutenção do equilíbrio das contas públicas e do controle da inflação, os pontos de fragilidade da gestão da política econômica.

A deterioração das contas públicas ao longo do ano foi um dos principais problemas que minaram a confiança dos investidores. A inflação, por sua vez, também permanece em patamares elevados e as projeções do Banco Central indicam que a presidente Dilma não conseguirá terminar o seu governo com o índice no centro da meta, de 4,5%.

"Sabemos o que é preciso para isso e nada nos fará sair desse rumo", disse. Mesmo com as críticas à política fiscal, a presidente disse que o governo teve uma "ação firme" nos gastos, garantindo a saúde fiscal.

Numa resposta à oposição, ela também afirmou que o governo, mesmo enfrentando duras críticas dos que "não se preocupam com o bolso da população", reduziu impostos e diminuiu a conta de luz.

Numa resposta às críticas de que dialoga pouco com o setor produtivo, Dilma disse que está disposta a ouvi-los "em tudo o que for importante para o Brasil". Segundo ela, o caminho mais rápido para todos saírem ganhando é "apostar no Brasil".

Ela se defendeu, indiretamente, do baixo ritmo do Produto Interno Bruto no seu governo e disse que sempre haverá algo para "fazer", "retocar" e "corrigir".

No ambiente de incertezas para a economia em 2014, ano eleitoral, a presidente procurou passar uma mensagem de otimismo. Ela disse que há motivos para esperar o próximo ano melhor que o de 2013, que a vida do brasileiro vai continuar melhorando, sem risco de desemprego, pagando suas prestações em dia e em condições de abrir sua empresa ou ampliar seu próprio negócio. E frisou que faz a parte dela.


A presidente falou indiretamente sobre as manifestações de junho e mandou um recado aos protagonistas daqueles protestos, os jovens. "Usem esta fotografia do presente e do passado recente como pano de fundo para projetar o futuro. Esta é a melhor bússola para navegar neste novo Brasil", disse.

"Ampliamos nosso diálogo com todos os setores da sociedade e escutamos seus reclamos implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos. Defendemos uma reforma política que amplie os canais de participação popular e dá legitimidade à representação política", afirmou.

Corrupção

Dilma também usou o discurso de domingo, 29, em rede de TV - o 7º do gênero realizado neste ano - para falar sobre a corrupção. O tema foi central nas manifestações de junho e poderá ser um problema para seu projeto reeleitoral por causa da prisão dos condenados do mensalão - boa parte integrava a cúpula do PT e o primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma disse que não abre mão, "em nenhum momento", de apoiar o combate à prática "em todos os níveis". "Exatamente por isso, nunca no Brasil se investigou e se puniu tanto o malfeito", afirmou a presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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