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Dilma diz que denúncias na Petrobras não afetam campanha

A presidente disse ter confiança de que as denúncias envolvendo a estatal, trazidas à tona após depoimento de Costa, não afetarão sua campanha à reeleição

Dilma: presidente centrou fogo na institucionalização da autonomia do Banco Central (Ichiro Guerra/Dilma 13)

Dilma: presidente centrou fogo na institucionalização da autonomia do Banco Central (Ichiro Guerra/Dilma 13)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 15h22.

A presidente Dilma Rousseff (PT) manifestou nesta sexta-feira confiança de que as denúncias sobre a Petrobras não afetarão sua campanha à reeleição e alegou desconhecimento sobre as atividades do ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa na estatal.

"Se eu tivesse sabido qualquer coisa sobre o Paulo Roberto, ele teria sido demitido e investigado. Ele não era uma pessoa que eu considerava assim com o meu governo", disse a presidente em sabatina do jornal O Globo, quando indagada sobre sua decisão de não renovar o mandato do diretor.

Informações vazadas à imprensa a partir de depoimentos do ex-diretor à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos e partidos da base aliada.

"Eu tirei o Paulo Roberto com um ano e quatro meses. Me perguntam por que um ano e quatro meses, primeiro porque eu não sabia o que ele estava fazendo."

O ex-diretor, que saiu da estatal em 2012, está preso desde junho no Paraná devido a acusações decorrentes da operação Lava Jato da PF, que investiga esquema de lavagem de dinheiro.

A presidente disse ter confiança de que as denúncias envolvendo a estatal, trazidas à tona após depoimento de Costa, não afetarão sua campanha à reeleição.

Dilma fez esse diagnóstico por acreditar que as acusações de irregularidades na empresa não a fetarão pessoalmente nem a pessoas por quem ela tem "elevada consideração".

Na sabatina de cerca de duas horas, a presidente criticou a candidata do PSB, Marina Silva, mas negou que fizesse ataques pessoais à adversária, a quem acusou de tentar se "vitimizar".

"É muito perigosa a vitimização", disse Dilma. "Não estou atacando pessoalmente ninguém, até porque eu acho que a Marina é uma pessoa bem-intencionada", acrescentou.

Ainda assim, a presidente centrou fogo na institucionalização da autonomia do Banco Central, defendida por Marina, no que enxerga como uma defesa da candidata do PSB à uma diminuição do papel dos bancos públicos e na proposta de sua adversária de "governar com os bons".

"Independência do Banco Central é o que está sendo proposto, autonomia acho que não precisa de lei nenhuma", defendeu Dilma, que disse ser favorável e praticar a "autonomia relativa" da autoridade monetária e afirmou que, no Brasil, só podem ser independentes os Três Poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário.

Dilma avaliou ainda que, sem os bancos públicos, não sobram "pedra sobre pedra" de programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, e fez ataques ao discurso marineiro de "governar com os bons".

"Isso é uma proposta que não se sustenta na realidade. Quem é que vai governar com os maus?", questionou.

"Eu não acho que a democracia possa prescindir de partidos... não se governa sem partidos e, se quiser governar, você pode ter certeza que atrás do pano vai ter coisa muito pior do que partido."

GARANTIA DE EMPREGO E RENDA

Na sabatina, Dilma disse ainda que, se eleita, fará em um segundo mandato todas as mudanças necessárias, desde que elas não afetem o emprego e a renda.

"Essa imensa crise que afeta o mundo, que é a crise do emprego, nós temos de resistir a ela, resistir a todos que querem que o Brasil mude de rota neste sentido, no sentido do emprego", disse a presidente.

"Todas as mudanças necessárias que não afetam o emprego e que não afetam a valorização dos salários, nós faremos", acrescentou a petista, afirmando ainda que "jamais" comprometerá o emprego e a renda.

A presidente, mais uma vez, voltou a culpar a crise internacional pelo fraco desempenho da economia brasileira e expressou confiança de que haverá uma recuperação econômica internacional.

"O que não é possível no Brasil é olharem para nós e quererem que nós seguremos uma retomada que o mundo não está passando por ela", declarou.

Dilma voltou a dizer que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não seguirá em um eventual segundo mandato por questões pessoais, mas declarou ter "grande respeito" pelo trabalho do ministro e assegurou que ele seguirá servindo o governo de forma "efetiva" até o último dia de seu primeiro mandato.

A presidente se esquivou de responder sobre a defasagem do preço da gasolina e questionou a quem interessa que o preço do combustível no Brasil tenha uma relação "umbilical" com os preços internacionais do petróleo.

Ela ainda voltou a defender a redução da tarifa de energia anunciada em setembro de 2012, afirmando que caso ela não tivesse sido realizada o impacto na alta dos preços de energia agora seria muito maior.

Dilma, no entanto, afirmou que, passadas as eleições deste ano, "revisitará" o que chamou de "distorções" existentes no setor.

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