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Dilma diz não ter ficado "nem um pouco" chateada com vaias

"Com raiva? Nãaaaooo. De jeito nenhum", disse a presidente, sem esboçar nenhum tipo de preocupação


	A presidente Dilma Rousseff: "Com raiva? Nãaaaooo. De jeito nenhum"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff: "Com raiva? Nãaaaooo. De jeito nenhum" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 12h40.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse ao jornal O Estado de S. Paulo que não ficou "nem um pouco" chateada, constrangida ou com raiva das vaias que recebeu da oposição nessa terça-feira, 2, no plenário do Congresso, enquanto fazia discurso saudando os parlamentares e apresentando as propostas do governo para 2016.

"Com raiva? Nãaaaooo. De jeito nenhum", disse a presidente, sem esboçar nenhum tipo de preocupação, antes de embarcar para Indaiatuba (SP), onde entrega, nesta quarta-feira, 3, novas unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.

"É assim mesmo. Na democracia é assim. É do jogo democrático. Não me incomodei", emendou, explicando que isso "não tem problema". As vaias mais fortes do plenário foram dadas quando a presidente defendeu a necessidade de recriação da CPMF para enfrentar este momento de crise econômica.

Zika

Dilma ressalvou, no entanto, que só fez questão de se posicionar quando a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) insistiu, questionando, aos gritos, o que ia ser feito com as crianças vítimas do zika vírus.

"Dei uma explicação a ela. Nesse ponto nós estamos muito avançados. Descobrimos a doença em outubro, fizemos muitos testes e exames e, em um mês, constatamos que era por causa do mosquito e começamos a agir", justificou.

Ela lembrou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a microcefalia como emergência internacional, mas evitou incluir o vírus no mesmo alerta, alegando falta de provas de uma relação comprovada entre os dois fenômenos.

"Mas nós fizemos muitos exames e estudos", comentou, reiterando a sua convicção da relação do zika com a microcefalia.

A presidente falou muito da sua preocupação com o zika vírus, e com o aumento dos casos não só no Brasil, como em outros países do mundo. Dados divulgados nessa terça-feira pelo Ministério da Saúde apontam que o número de casos confirmados de microcefalia subiu quase 50% no País em uma semana, passando de 270 para 404.

Dilma, que fará pronunciamento em cadeia de rádio e TV hoje à noite para alertar para os perigos do Aedes aegypti, reiterou a necessidade de todos se empenharem no combate ao criadouro do mosquito.

Ao ouvir que a imprensa internacional estava noticiando ontem que no Texas, no Estados Unidos, se falava em contágio sexual da doença, a presidente se surpreendeu. "Não é possível. Pelo menos que eu saiba", comentou, lembrando que para isso acontecer precisava do transmissor.

A presidente, que ontem terminou o dia em uma sessão de cinema no Palácio do Alvorada assistindo ao longa "O Menino e o Mundo", do cineasta Alê Abreu, indicada ao Oscar 2016, teceu muitos elogios ao filme de animação. "Adorei o filme", afirmou ela, acrescentando que o cineasta "é muito talentoso".

Dilma elogiou ainda a trilha sonora do filme, que conta a história de um menino que deixa a aldeia onde vive em busca do seu pai. "Vale a pena assistir", recomendou a presidente.

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