Ex-presidente foi derrotada na disputa por uma cadeira no Senado nas eleições legislativas (Washington Alves/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de outubro de 2018 às 14h03.
Rio de Janeiro - A ex-presidente Dilma Rousseff disse neste domingo que confia em uma virada de Fernando Haddad no segundo turno das eleições presidenciais contra o favorito, Jair Bolsonaro, mas admitiu que já se prepara para a "resistência".
"Acredito que toda a tendência é de uma virada", afirmou Dilma a jornalistas poucos depois de depositar seu voto hoje na cidade de Belo Horizonte.
Derrotada na disputa por uma cadeira no Senado nas eleições legislativas de três semanas atrás, Dilma afirmou que as pesquisas dos últimos dias mostraram que Haddad vem crescendo e pode reverter a disputa contra o candidato do PSL, que foi o mais votado no primeiro turno.
Segundo as últimas pesquisas, divulgadas este sábado, Bolsonaro tem uma clara vantagem e seria eleito presidente com uma votação que oscilaria entre 54% e 56,8%.
No entanto, as mesmas pesquisas mostraram nas últimas duas semanas um crescimento sustentado das chances de Haddad, a quem as pesquisas deste sábado lhe atribuíam intenções de voto que variam entre 46% e 43%, frente ao 41% que tinha na semana passada.
Dilma atribuiu essa resposta à reação dos eleitores às declarações autoritárias de Bolsonaro nos últimos dias.
"O candidato Bolsonaro vai morrer pela boca", disse a ex-presidente ao lembrar as declarações nas quais um filho do candidato disse que seria fácil fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) "com um soldado e um cabo".
"Quando um dos seus filhos diz isso, mostra o grau de autoritarismo e de falta de respeito ao Estado democrático de direito. É uma bravata, mas que deixa evidente um grau quase de fascismo", acrescentou Dilma.
Apesar da sua confiança na virada, a ex-presidente admitiu que, diante de uma possível vitória de Bolsonaro, seria preciso se preparar para resistir.
"Acredito que haverá uma grande resistência. Temos que esperar a resistência da democracia brasileira, das instituições políticas e dos movimentos sociais. Porque ele disse que os opositores têm que ir à prisão ou ao exílio e que os movimentos sociais seriam criminalizados como terroristas", lembrou. EFE