Brasil

Dilma discute medidas de combate à corrupção com OAB

Um dia antes de lançar um pacote de medidas anticorrupção, Dilma discutiu com o presidente da OAB um conjunto de propostas para combater a impunidade

Dilma Rousseff recebe Marcus Vinícius Furtado Coêlho, Presidente Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)

Dilma Rousseff recebe Marcus Vinícius Furtado Coêlho, Presidente Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 15h29.

Brasília - Um dia antes de lançar um pacote de medidas anticorrupção, visando ao endurecimento de penas contra corruptos e corruptores, a presidente Dilma Rousseff discutiu nesta terça-feira com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho, um conjunto de propostas para combater a impunidade no País.

"À medida em que temos essa crise ética que estamos vivenciando, nós temos de aproveitar o momento como oportunidade para mudanças estruturais no Brasil", comentou Coêlho a jornalistas, depois de audiência com a presidente no Palácio do Planalto.

As medidas que serão enviadas por Dilma para análise do Legislativo devem incluir a criminalização do caixa dois, o confisco de bens adquiridos de forma ilícita por agentes públicos, julgamentos mais rápidos de ações de desvios de recursos públicos e investigações e processos movidos contra autoridades com foro privilegiado mais ágeis.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, se reunirão às 15h30 desta terça-feira com líderes da base do governo no Senado para discutir o pacote.

Pacote

O plano de combate à corrupção apresentado pela OAB defende o fim do financiamento empresarial de candidatos e partidos políticos, a criminalização do caixa 2, a regulamentação da Lei Anticorrupção, o pagamento das contas públicas em ordem cronológica e até a "redução drástica dos cargos de livre nomeação no serviço público".

"Percebemos que alguns pontos foram muito bem recebidos pela presidente da República e os ministros. Muitos pontos foram vistos como positivos, outros não foram acolhidos", comentou Coêlho.

"Devo dizer a todos que a matéria foi debatida ponto a ponto, não me sinto autorizado de anunciar pelo governo as medidas que o governo irá adotar. É algo que eu poderia extrapolar os limites da minha atuação." Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto e Cardozo participaram da audiência no Planalto.

Coêlho defendeu que seja ouvida a "justa indignação da sociedade brasileira" com os escândalos de corrupção e que sejam implantadas medidas que "tentem vencer as facilidades que hoje existem para a prática de corrupção".

"Campanhas milionárias, hollywoodianas, não contribuem para a democracia do Brasil", criticou o presidente da OAB.

Mais cedo, depois de participar de café da manhã com líderes da base do governo, o vice-presidente Michel Temer disse que o Executivo vai encaminhar ao Congresso Nacional um conjunto de propostas que "serão amplamente debatidas".

Cotado para assumir a 11.ª cadeira do STF, vazia desde julho, quando o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa se aposentou, o presidente da OAB disse que não discutiu o assunto na reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffOABPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP