Grãos de soja são depositados em caminhão: segundo Dilma, o país precisa aumentar, nos próximos cinco anos, em 65 milhões de toneladas a capacidade de armazenamento de produtos agrícolas (REUTERS/Enrique Marcarian)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2013 às 12h10.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse hoje (10) que a maior novidade do Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 é o investimento na ampliação da capacidade de armazenamento da produção brasileira de grãos.
A presidente enfatizou que isso será possível por meio do financiamento para a construção de armazéns privados e pela destinação de R$ 500 milhões para construir e reformar armazéns públicos, que vão dobrar a capacidade de estoque da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A medida servirá para evitar prejuízos causados pelos gargalos no escoamento da produção.
No programa semanal Café com a presidente, Dilma lembrou que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) considera que o Brasil tem poucos armazéns. Segundo Dilma, o país precisa aumentar, nos próximos cinco anos, em 65 milhões de toneladas a capacidade de armazenamento de produtos agrícolas.
“Isso dá, mais ou menos, 13,5 milhões de toneladas de armazenagem por ano. Por isso, colocamos R$ 25 bilhões em crédito para financiar a construção de armazéns nos próximos cinco anos. E os juros dos empréstimos são baixíssimos, de apenas 3,5% ao ano, e o prazo para pagamento é de até 15 anos”, disse, enfatizando que o Plano, lançado na semana passada, destina um total de R$ 136 bilhões para financiar próxima safra.
A presidente ressaltou que os investimentos serão priorizados em regiões consideradas estratégicas para o abastecimento e para a oferta de alimentos, principalmente aquelas mais fragilizadas, como a Nordeste. Lá, o governo vai construir seis novos armazéns da Conab.
“Queremos com isso garantir que haverá milho, forragem de milho e outros tipos de alimentos, por exemplo, para o rebanho, para alimentá-lo quando a seca ataca e a produção local não é suficiente. Os armazéns funcionam como uma espécie de segurança”, disse.
Ao ressaltar que um em cada quatro produtos agrícolas do mundo é brasileiro, a presidente destacou a importância dos recursos anunciados, que vão fortalecer ações de custeio, de investimento e de comercialização. Ela lembrou que a expectativa é que o Brasil atinja, este ano, uma produção recorde de 190 milhões de toneladas de grãos.
“Hoje, nós produzimos 184 milhões de toneladas de grãos, temos mais de 210 milhões de cabeças de gado. São 13 milhões de toneladas de aves, 3,6 milhões de toneladas de suínos. Então, é muito importante esse processo de apoio à nossa agricultura e à nossa pecuária”, enfatizou.
A presidente Dilma destacou, ainda, os investimentos em tecnologia e assistência técnica previstos no Plano Safra da Agricultura Familiar 2013/2014, lançado também na semana passada pelo governo, como a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).
Além disso, os recordes de produção de alimentos no Brasil estão sendo alcançados ao mesmo tempo em que o país registra a menor taxa de desmatamento na Amazônia dos últimos 24 anos. Ela lembrou que, para continuar garantindo expansão da atividade associada à preservação ambiental, o governo vai investir R$ 4,5 bilhões para financiar práticas sustentáveis por meio do Programa Agricultura de Baixo Carbono. “O produtor que adota práticas sustentáveis de produção, que respeita o meio ambiente sai ganhando, porque consegue produzir com melhor qualidade e com menor custo”, disse.