Brasil

Dilma denuncia espionagem dos EUA como violação de soberania

Dilma Rousseff denunciou hoje a espionagem diplomática e econômica por parte dos Estados Unidos, algo que considerou "uma violação" da soberania

Dilma Rousseff discursa na ONU: Dilma centrou seu discurso perante a Assembleia geral da ONU na espionagem da qual ela mesma foi vítima (Mike Segar/Reuters)

Dilma Rousseff discursa na ONU: Dilma centrou seu discurso perante a Assembleia geral da ONU na espionagem da qual ela mesma foi vítima (Mike Segar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2013 às 12h59.

Nações Unidas - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, denunciou nesta terça-feira a espionagem diplomática e econômica por parte dos Estados Unidos denunciada por Edward Snowden, algo que considerou "uma violação" da soberania de seu país.

Dilma, que centrou seu discurso perante a Assembleia geral da ONU na espionagem da qual ela mesma foi vítima, afirmou que se trata de "uma afronta" e "uma falta de respeito" que não pode ser justificada como luta contra o terrorismo.

A presidente brasileira não mencionou diretamente os Estados Unidos, mas anulou sua viagem oficial a este país prevista para outubro. Dilma disse que a atividade desta "rede mundial de espionagem é um assunto extremamente importante e grave".

Dilma destacou que a espionagem "gerou nojo e repúdio" no mundo todo e afirmou que afetou especialmente o Brasil, porque foram interceptadas comunicações do escritório da Presidência, da missão de seu país perante a ONU e inclusive informações de "alto valor econômico e estratégico".

Estas revelações, acrescentou, mostram uma ingerência em assuntos internos, o que considerou ainda mais repudiável por ser entre "países amigos".

Além disso, Dilma considerou "totalmente inaceitável" a espionagem em empresas e disse que é "insustentável" justificar estas práticas pela luta contra o terrorismo.

"O Brasil sabe como se proteger, luta contra os grupos terroristas e não os abriga", disse a governante, destacando que "o país vive em paz com os vizinhos há mais de 140 anos".

Em uma referência a seu passado como militante de oposição à ditadura militar, Dilma disse que "da mesma forma que outros muitos latino-americanos", lutou "de maneira direta contra o autoritarismo e as atuações arbitrárias".


Trata-se -resumiu- de "um caso de falta de respeito à soberania nacional do meu país", acrescentou a presidente, que recalcou que se não houver um respeito à privacidade, "não há uma verdadeira democracia", por isso que pediu uma ação internacional para evitar que estas práticas possam se repetir.

O tema da espionagem política centrou também boa parte da reunião entre a presidente brasileira e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antes do início dos debates no plenário da Assembleia geral.

Dilma também dedicou uma boa porção de seu discurso à onda de manifestações e protestos que vividas no Brasil em junho, das quais disse que são "parte inseparável da construção da democracia e da mudança social".

No entanto, a líder disse que seu Governo "não reprimiu os manifestantes, mas os escutou", já que "nós viemos das ruas. As ruas são nosso lugar, são nossa base".

Dilma também dedicou uma boa porção de seu discurso à onda de manifestações e protestos que vividas no Brasil em junho, das quais disse que são "parte inseparável da construção da democracia e da mudança social".

No entanto, a líder disse que seu Governo "não reprimiu os manifestantes, mas os escutou", já que "nós viemos das ruas. As ruas são nosso lugar, são nossa base".

Dilma Rousseff insistiu, além disso, em dois velhos pedidos do Brasil: a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Conselho de Segurança da ONU para que ambos os organismos outorguem peso aos países emergentes mais importantes.

"A governança do fundo deve refletir o peso dos países emergentes", ressaltou.

Com relação ao Conselho de Segurança, Dilma considerou que haverá "uma derrota coletiva" se não houver uma reforma para 2015, já que o organismo mantém uma "limitada representação" que não serve para enfrentar os desafios do século XXI.

Como exemplo, Dilma Rousseff mencionou não ação do Conselho perante a guerra civil da Síria, que já dura dois anos e meio, ou as "paralisias" perante o conflito israelense-palestino.

*Matéria atualizada às 12h59

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