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Dilma debate pautas trabalhistas com sindicatos

Em encontro com presidentes de centrais sindicais, Dilma Rousseff debateu pautas trabalhistas e falou sobre a situação de trabalhadores da Petrobras


	Presidente Dilma Rousseff: ela disse que vai manter a política de valorização do salário mínimo
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente Dilma Rousseff: ela disse que vai manter a política de valorização do salário mínimo (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 20h33.

Brasília - Ao se encontrar com presidentes de centrais sindicais nesta segunda-feira (8), a presidente Dilma Rousseff se comprometeu a manter uma mesa permanente de conversa com os representantes dos trabalhadores, a partir de janeiro, e disse que vai manter a política de valorização do salário mínimo.

Segundo eles, a presidente disse que pretende enviar proposta ao Congresso, ainda este ano, corrigindo a tabela do Imposto de Renda, e vai conversar com a Petrobras sobre os pagamentos dos funcionários de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

De acordo com Miguel Torres, presidente da Força Sindical, a ideia sugerida a Dilma é que a Petrobras pague à Justiça do Trabalho os salários e a indenização dos trabalhadores, para que eles não fiquem sem receber, caso as empreiteiras deixem de honrar seus compromissos.

“O que nós temos, primeiro, é que garantir o direito dos trabalhadores”.

As centrais pretendem contatar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para aclarar o assunto.

Segundo ele, 6 mil trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima, em Recife, estão sem salário há dois meses. Miguel informou também que mais de mil trabalhadores foram demitidos no Rio Grande do Sul. Ele disse que qualquer obra dessas que parar agora vai deixar muitos trabalhadores na rua. "Não estamos aqui querendo acobertar, tem que punir. [Mas] que puna quem realmente tem que ser punido”, ressaltou.

Sobre a tabela do Imposto de Renda, Dilma prometeu encaminhar ao Congresso medida que reposicione a correção, informaram os sindicalistas.

Neste ano, em pronunciamento pelo Dia do Trabalhador, a presidente declarou que corrigiria a tabela. Logo depois, enviou uma medida provisória ao Parlamento com o percentual de 4,5% de correção, mas que, por não ter sido votada no prazo, perdeu a validade.

“Nos últimos oito anos é 4,5% [a correção]. Então, não atinge a inflação, e está aumentando a defasagem, as perdas estão muito grandes. Queremos que aumente com a inflação, no mínimo, e tenha um plano que recupere”, avaliou Miguel.

Os representantes de centrais sindicais disseram que a presidente não se comprometeu com um percentual específico.

Eles esperam, no entanto, um percentual maior, já que a inflação deste ano vai fechar próxima ao teto da meta, de 6,5%. Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores, disse não ter uma proposta fechada para uma nova fórmula de correção, mas ela deve ser aperfeiçoada.

“Reivindicamos que continue o processo de proteção ao salário mínimo, programa que foi questionado por economistas conservadores há um tempo atrás, dizendo que o aumento do salário causa inflação. A presidente levou essa reivindicação e vai se pronunciar sobre isso brevemente”, informou Vagner, segundo quem o “debate” de que a manutenção de emprego e de valorização dos salários foi ganho junto à presidente.

Apesar das reivindicações, o discurso unificado dos representantes de seis entidades sindicais após a conversa foi o de que Dilma está disposta a se reunir periodicamente, nos próximos meses, com as centrais sindicais.

“O que acho que foi bom é que ela garantiu uma mesa permanente no ano que vem”, disse Miguel, adiantando que em janeiro será feito um calendário de reuniões, começando pela política de valorização do salário mínimo no primeiro trimestre.

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