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Dilma cita Lacerda para pedir respeito e criticar golpe

Presidente lembrou, durante evento em Brasília, o político Carlos Lacerda para pedir respeito ao estado de direito


	"Diálogo é diferente de pauleira", afirmou Dilma Rousseff
 (Reuters/ Ueslei Marcelino)

"Diálogo é diferente de pauleira", afirmou Dilma Rousseff (Reuters/ Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 18h17.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff (PT) citou, nesta quinta-feira, 13, o jornalista e político Carlos Lacerda (1914-1977), adversário político do ex-presidente Getúlio Vargas, para pedir respeito ao estado de direito e criticar o golpe de Estado.

"A nossa democracia, para ser plena, além de respeitar o estado de direito, além de não cair nas palavras do Lacerda: (Getúlio) não deve ser eleito; se eleito, não deve ser empossado; se empossado, não deve governar; se governar deve ser apeado do governo. Essa é a trajetória do golpe", afirmou a presidente durante o evento "Diálogo com os Movimentos Sociais", em Brasília.

A presidente, entretanto, pregou o respeito e o diálogo com as pessoas que pensam diferente. "Diálogo é diferente de pauleira", afirmou, destacando que diálogo "não é xingar pessoas ou praticar intolerância".

Dilma lembrou o passado de presa durante o regime militar e afirmou que sobreviveu. "A loteria de quem sobrevivia e quem não sobrevivia era puro acaso. Eu tenho de honrar todos os que não sobreviveram e temos de preservar a democracia, custe o custar", afirmou.

Ao falar sobre o assunto, disse que a disputa ocorre apenas na eleições. "Brigo até a hora do voto, depois respeito o resultado da eleição", completou.

A presidente citou, inclusive, uma carta do Papa Francisco ao Brasil por ocasião dos eventos esportivos no país e lembrou que o pontífice destacou a importância do 'fair play' para que se respeite o resultado do jogo, em uma alusão ao resultado da eleição.

Em meio a isso, Dilma voltou a citar o cantor e compositor pernambucano Lenine para falar que aguenta pressão. "A gente enverga, mas não quebra", citou.

A presidente também tocou na questão da redução da maioridade penal, lembrando que se manifestou contra a diminuição dos atuais 18 anos.

"A redução da maioridade penal tem uma visão não apenas conservadora, mas também equivocada, uma vez que há experiências mostrando que esse não é o caminho", disse.

"O encarceramento não é a solução. Mas é preciso haver medidas repressivas contra quadrilhas que usam jovem como escudo de proteção", destacou.

A presidente Dilma encerrou o pronunciamento defendendo o diálogo com os adversários, afirmando que vai tomar todas as medidas para que o país volte a crescer o mais rápido possível.

"Vamos fazer todo o possível para não haver retrocesso, temos de avançar. Eu não estou aqui para resolver todos os problemas este ano, estou aqui para entregar esse país muito melhor no dia 31 de dezembro de 2018", afirmou Dilma, num recado claro aos que defendem o impeachment ou a renúncia dela.

A presidente disse ainda que depois de tudo que passou está em situação de realizar o que sonhou: "que esse país não seja apenas a sétima economia do mundo, mas seja sétima nação, que ainda não somos por conta da desigualdade social", e completou: "eu melhorei, mudei, mas nunca mudei de lado", concluiu.

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