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Dilma afirma que Temer acabaria com programas sociais

A dura mensagem da presidente foi feita a menos de 48h da votação prevista na Câmara, no domingo


	Dilma e Temer: a dura mensagem da presidente foi feita a menos de 48h da votação prevista na Câmara, no domingo
 (Wilson Dias/ABr)

Dilma e Temer: a dura mensagem da presidente foi feita a menos de 48h da votação prevista na Câmara, no domingo (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2016 às 10h20.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou no fim da sexta-feira que a denúncia contra ela para impeachment é "uma fraude" e que seus eventuais sucessores cortariam programas sociais, algo que o vice-presidente Michel Temer chamou de uma "mentira rasteira".

"A denúncia contra mim em análise no Congresso Nacional não passa de uma fraude. A maior fraude jurídica e política da história de nosso país", afirmou Dilma em vídeo nas redes sociais e no site do PT.

A dura mensagem da presidente foi feita a menos de 48h da votação prevista na Câmara, no domingo, sobre o pedido de abertura de processo de impedimento da presidente, sob acusação de ter cometido crimes de responsabilidade.

"O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa. Peço a todos os brasileiros que não se deixem enganar, vejam quem está liderando esse processo e o que propõem para o futuro do Brasil", prosseguiu a presidente, em referência clara a Temer (PMDB), que assume no caso de afastamento de Dilma.

"Os golpistas já disseram que se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira... Querem revogar direitos e cortar programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida", afirmou Dilma.

Temer rebateu as declarações de Dilma, afirmando ser uma "mentira rasteira" as acusações de que acabaria com o Bolsa Família. "Manterei todos programas sociais", disse ele em sua conta no Twitter no começo da manhã deste sábado.

Ao longo desta semana, partidos com expressivo número de deputados declararam ter migrado para o lado a favor do impeachment, reduzindo as chances de o governo conseguir no domingo o apoio necessário para evitar que o pedido de impedimento de Dilma chegue ao Senado.

Se o governo conseguir 172 votos contrários ao impeachment ou a oposição não obter 342 votos favoráveis ao impedimento na Câmara, o caso é arquivado.

Dilma reafirmou no vídeo não ter cometido qualquer crime que justifique o pedido de impeachment.

"Não cometi crime de responsabilidade. Não há contra mim qualquer denúncia de corrupção ou desvio de dinheiro público. Jamais impedi investigação contra quem quer que fosse. Meu nome não está em nenhuma lista de propina. Tampouco sou suspeita de qualquer delito contra o bem comum", disse.

Para a presidente, os oposicionistas estão "dispostos a violentar a democracia e a rasgar a Constituição, espalhando a intolerância, o ódio e a violência entre nós". "Estão dispostos a humilhar o Brasil perante a comunidade internacional, como se fôssemos uma republiqueta qualquer, e não uma das maiores democracias do mundo", disparou.

No Twitter, Temer indicou que Dilma é quem estaria incitando a divisão dos brasileiros.

"Defendo a unificação e pacificação dos brasileiros. Não o caos, o ódio e a guerra... Só sairemos da crise se todos trabalharem pelo Brasil, não pelos seus interesses pessoais", respondeu Temer.

Na sexta-feira, o Palácio do Planalto chegou a informar que Dilma faria um pronunciamento na rede nacional de rádio e televisão à noite, o que acabou sendo abortado pelo risco de questionamentos na Justiça e pela avaliação de que a distribuição do vídeo pelas redes sociais teria mais eficácia política.

A presidente recorreu recentemente à Internet para se manifestar, após seus pronunciamentos em cadeia nacional terem gerado "panelaços" em várias cidades.

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