Presidente Dilma Rousseff: "Sou presidenta porque fui eleita pelo povo, em eleições lícitas. Tenho a legitimidade das urnas, que me protege e a qual tenho o dever de proteger" (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2015 às 07h46.
A presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta terça-feira que a oposição - derrotada nas urnas há um ano - quer chegar ao poder no Brasil "dando um golpe" através de um impeachment construído artificialmente.
"Há uma busca incessante da oposição de encurtar o caminho para o poder, de dar um salto e chegar ao governo com um golpe", declarou Dilma em um discurso durante o Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, em meio à severa crise política que abala o governo.
"Se trata de construir de forma artificial um impedimento de um governo eleito pelo voto direto de 54 milhões de pessoas", destacou Dilma, afirmando que o "discurso golpista" não é apenas contra ela, mas contra tudo que representa.
"E o que eu represento?! As conquistas históricas do governo Lula que transformaram o Brasil. O golpe que os inconformados querem cometer é um golpe contra o povo, mas podem ter certeza de que não conseguirão".
"Sou presidenta porque fui eleita pelo povo, em eleições lícitas. Tenho a legitimidade das urnas, que me protege e a qual tenho o dever de proteger. Lutarei para defender o mandato que me foi concedido pelo voto popular, pela democracia e por nosso projeto de desenvolvimento".
Esta não é a primeira vez que Dilma denuncia tentativa de golpe contra seu governo, que luta para evitar um crescente movimento da oposição pelo impeachment da presidente.
Na semana passada, a situação de Dilma se agravou com as decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) de rejeitar as contas de 2014 do governo, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de abrir uma investigação sobre supostas irregularidades durante a campanha para a reeleição da presidente.
Dilma também enfrenta uma séria crise econômica, que tem se traduzido pela alta da inflação e do desemprego no país.
Nesta terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que deve decidir sobre o andamento dos pedidos de impeachment, adiou sua decisão para a próxima semana.