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Dilma afirma que Lula é "alvo de uma grande injustiça"

A chefe de Estado defendeu a liderança nacional e regional do ex-presidente


	Dilma Rousseff: chefe de Estado defendeu a liderança nacional e regional do ex-presidente
 (Andressa Anholete / AFP)

Dilma Rousseff: chefe de Estado defendeu a liderança nacional e regional do ex-presidente (Andressa Anholete / AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2016 às 13h17.

Rio de Janeiro – A presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado que Luiz Inácio Lula da Silva é "alvo de uma grande injustiça", após uma série de denúncias contra o ex-mandatário por suposta lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

Dilma se reuniu com Lula durante duas horas no final da tarde de sexta-feira em São Paulo e segundo relatou hoje a imprensa, um dos temas do encontro foram as acusações que tomaram força nesta semana contra o ex-mandatário.

No entanto, Dilma evitou dar detalhes da reunião e afirmou que o encontro "foi como sempre".

"Converso sistematicamente com o presidente Lula. Acredito que ele está sendo alvo de uma grande injustiça", disse Dilma após participar de uma campanha de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como o dengue, a febre chicungunha e o zika, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

A chefe de Estado defendeu a liderança nacional e regional de Lula.

"Respeito muito a história do ex-presidente Lula e tenho certeza de que este processo será superado porque acredito que o país, a América Latina e o mundo necessitam de um líder com as características do ex-presidente Lula", asseverou.

A Justiça autorizou o início de outra investigação sobre supostas propriedades do ex-presidente, centrada agora em um sítio que frequenta, mas do qual nega ser dono.

O caso foi divulgado pela imprensa local, que nos últimos dias levantou sérias suspeitas sobre o verdadeiro proprietário de um sítio de 173 mil metros quadrados situado em Atibaia, no interior do estado de São Paulo.

Segundo diferentes versões publicadas pela imprensa, apoiadas em informações do próprio governo, o local foi visitado por Lula e sua família "111 vezes" nos últimos anos e nos registros oficiais aparecem como proprietários dois amigos do ex-mandatário.

No entanto, a imprensa sustenta que empresas envolvidas nas fraudes da Petrobras realizaram custosas reformas na propriedade, que inclusive teria sido mobiliada pelo próprio Lula.

O ex-presidente admitiu que visita o sítio com frequência, mas negou várias vezes que seja seu dono e sustenta que existe uma "trama" que tenta "sujar" seu nome e tentar vinculá-lo à corrupção petrolífera.

Este caso se relaciona com outro já em trâmite na justiça, que também atinge Lula e tenta determinar se parte do dinheiro desviado da companhia petrolífera foi lavado mediante operações ilegais no setor imobiliário.

Essa investigação está centrada em um edifício situado na cidade Guarujá e propriedade da construtora OAS, que suspeita-se que Lula possui um apartamento triplex, apesar deste também negar em várias ocasiões.

O apartamento está registrado em nome da OAS, envolvida nos casos fraudulentos da Petrobras e também responsável por algumas das reformas realizadas no sítio que agora é investigado.

Segundo suspeita a Polícia Federal, a empresa OAS distribuiu apartamentos no edifício do Guarujá como parte das propinas que pagava aos políticos que amparavam os desvios da Petrobras.

Nesse caso, Lula aparece como "investigado" pelos supostos delitos de "ocultação de patrimônio" e "lavagem de dinheiro" e deverá comparecer na próxima quarta-feira para prestar depoimento perante o Ministério Público em São Paulo. EFE

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