Brasil

Dilma aceita credenciais da Venezuela e não comenta prisão

Dilma Rousseff evitou falar sobre a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, feita pelo serviço secreto venezuelano, nesta quinta-feira

Dilma Rousseff entra carta credencial à embaixadora da República Bolivariana da Venezuela Senhora, María Lourdes Urbaneja (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff entra carta credencial à embaixadora da República Bolivariana da Venezuela Senhora, María Lourdes Urbaneja (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 12h59.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff evitou falar sobre a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, feita pelo serviço secreto venezuelano, nesta quinta-feira, 19, em resposta à oposição que ele faz ao governo de Nicolás Maduro.

Nesta manhã, Dilma recebeu as credenciais da nova embaixadora venezuelana no Brasil, Maria Lourdes Urbaneja Durante.

Questionada se não havia constrangimento em receber as credenciais da embaixadora de um país que executa prisões de políticos contrários ao governo, a presidente Dilma respondeu justificando que as relações entre Brasil e Venezuela são boas e que o País não pode interferir em questões internas.

"Não posso receber um embaixador baseado nas questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseado nas relações que estabelecem com o Brasil", declarou a presidente, acrescentando que "o foco" do Brasil é fundamentalmente as relações que mantém com aquele país.

Em seguida, a presidente fez questão de mostrar que a situação da Venezuela é completamente diferente da Indonésia, que já executou um brasileiro no mês passado e incluiu um segundo brasileiro na fila da morte, sem aceitar os apelos do governo brasileiro para transferi-lo para um hospital psiquiátrico.

"O foco nosso é fundamentalmente essas relações e é isso que explica o fato da gente ter postergado o recebimento das credenciais da Indonésia", desabafou a presidente.

Nesta sexta-feira, Dilma se recusou a receber as credenciais do embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto. O embaixador chegou a ir ao Palácio do Planalto e seria o primeiro a se apresentar à presidente.

Mas ela, ao chegar ao Planalto, avisou que não o receberia e que estava adiada a entrega de suas credenciais.

Coube ao ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, comunicar a decisão de Dilma a Riyanto.

Esse é um gesto duro em linguagem diplomática, sem precedentes, que se tenha lembrança.

Dilma informou que adiou o recebimento das credenciais para aguardar uma decisão do governo indonésio em relação à transferência do brasileiro para o hospital, o que o livraria da pena de morte, pela legislação daquele país.

Não há uma nova data para o cumprimento da formalidade diplomática.

Grécia

Ao receber as credenciais do embaixador da Grécia no Brasil, Nikolaos Tsamados, a presidente Dilma demonstrou estar acompanhando atentamente a situação econômica do país e falou das políticas sociais adotadas pelo Brasil para enfrentar a crise.

Ao final, desejou sucesso aos gregos. A Grécia tenta um acordo com os países europeus para negociar o pagamento de sua dívida.

Segundo Dilma, Nikolaos Tsamados contou que tinha chegado ontem ao Brasil, foi recebido hoje e disse pra ela que isso "era uma vitória diplomática".

Ainda de acordo com a presidente, o grego apresentou votos de amizade pela relação que foi estabelecida com o primeiro-ministro grego.

"O Brasil necessariamente torce para que tenha uma boa solução a situação grega no quadro da União Europeia. É importante para todos nós porque será indício de uma recuperação europeia a Grécia ter condições de crescer, de ter mais empregos, e por todas estas razões nós tivemos esta conversa maior", completou Dilma.

A presidente recebeu credenciais ainda do Senegal, El Salvador e Panamá.

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