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Dieese: inflação pelo ICV foi maior na baixa renda

Para os mais pobres, aumento no ICV foi de 1,18% e, para os mais ricos, de 0,79%

Compras no supermercado: feijão teve alta de 36,32% nos preços, segundo o ICV (Germano Luders/EXAME)

Compras no supermercado: feijão teve alta de 36,32% nos preços, segundo o ICV (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2010 às 14h32.

São Paulo - A inflação para a população de menor poder aquisitivo voltou a ser mais expressiva do que a registrada para a de maior renda na cidade de São Paulo. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), por meio do Índice do Custo de Vida (ICV) de outubro, enquanto a variação média do indicador foi de 0,93% em São Paulo, a inflação específica para os mais pobres foi de 1,18%. Já o indicador que engloba o custo de vida dos mais ricos avançou 0,79%.

Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente três indicadores de inflação, conforme os estratos de renda das famílias da capital paulista. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres, com renda média de R$ 377,49, e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento, com renda média de R$ 934,17. Já o terceiro grupo reúne as famílias de maior poder aquisitivo, com renda média de R$ 2.792,90.

No primeiro estrato, o ICV de outubro foi 0,57 ponto porcentual maior que a variação positiva de 0,61% do mês anterior. No terceiro, de renda maior, a taxa de inflação foi 0,30 ponto superior à de setembro. No grupo intermediário, o ICV passou de 0,59% para 1,08%.

Alimentos

De acordo com o Dieese, a alta média de 2,47% do grupo Alimentação (2,47%) - que teve origem principalmente nos produtos in natura e semielaborados, tais como feijão (36,32%) e carnes bovinas (4,60%) - afetaram mais as famílias do primeiro e do segundo estratos, com contribuições no cálculo de suas taxas de 1,07 ponto porcentual e de 0,89 ponto, respectivamente. O impacto na taxa do terceiro estrato foi bem menor: de 0,50 ponto porcentual.

Em contrapartida, o Dieese destacou que os aumentos médios verificados nos grupos Transporte (1,07%) e Habitação (0,55%), que tiveram origem em reajustes de itens como condomínio (1,26%) e combustíveis (2,62%), impactaram mais as taxas das famílias com maiores rendas, com contribuições conjuntas em seus resultados de 0,15 ponto para o ICV dos mais pobres e de 0,24 ponto para as famílias do estrato intermediário. Entre os mais ricos, a contribuição foi de 0,35 ponto porcentual.

O Dieese informou ainda que a queda de 0,52% apresentada pelo grupo Saúde, originária do subgrupo Assistência Médica (recuo de 0,67%), resultou em maiores benefícios. Segundo o levantamento, o comportamento do grupo gerou contribuições de baixa de 0,05 ponto porcentual para as famílias do primeiro estrato e alívios idênticos, de 0,08 ponto porcentual, no cálculo do ICV das famílias mais ricas e de nível intermediário.

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