O debate da TV Globo entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, marcado para as 22h de hoje, será decisivo. A previsão de audiência da maior emissora brasileira, em horário nobre, é de ao menos 10 pontos maior que dos encontros anteriores e, esgotados os planos de governo, a tendência agora é que os ataques entre adversários vão para o campo pessoal.

Na noite de quarta-feira, o Ibope divulgou mais uma vez os resultados de intenção de voto para o pleito de domingo. João Doria (PSDB) lidera com 28%, Celso Russomanno (PRB) tem 22%, Marta Suplicy (PMDB), 19%, e Fernando Haddad (PT), 13%. Com margem de erro de 3 pontos percentuais, o primeiro pode ser alcançado pelo segundo, enquanto o terceiro pode alcançar o segundo e o quarto colar no terceiro. Está tudo aberto, mas só dois se salvam.

Especialistas em marketing político apostam em franco tiroteio, sem alvo específico. “Espera-se uma postura mais violenta nos ataques, pois a campanha acaba nesta quinta e é última oportunidade de crescer”, diz Carlos Manhanelli, cientista político com experiência em mais de 200 campanhas. Todos os candidatos têm falhas que não foram exploradas. A ex-prefeita Marta Suplicy e o prefeito Fernando Haddad são os mais expostos por contarem com a bagagem de quatro anos do cargo e cargos políticos mais relevantes que os adversários. Russomanno, em queda, também deve ser alvo de munição pesada. Doria, em alta, tende a ser poupado.

Na eleição de 2008, Marta chegou a insinuar que Gilberto Kassab poderia ter vergonha de sua orientação sexual por “não ser casado”. Lá (e agora), pedia votos da comunidade LGBT. Foi em situação muito semelhante de reta final de campanha que Celso Russomanno capitulou na disputa à prefeitura da capital paulista de 2012. Haddad e Serra usaram o momento em que o eleitorado finalmente desperta para o processo eleitoral para desmerecer a proposta de pagamento proporcional à distância para passageiros de ônibus. Deu certo para ele, mas não para Marta. Sinal de que, na noite de hoje, quem atacar também pode sair ferido.