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Dia D: Lula é interrogado e PT reflete sobre seu futuro

O partido está à procura de um nome para substituir sua principal liderança, enquanto Ciro Gomes negocia alianças de centro-esquerda

Eleitora de Lula em Brasília: Hoje, petista vai prestar depoimento à juíza Gabriela Hardt no processo do sítio de Atibaia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eleitora de Lula em Brasília: Hoje, petista vai prestar depoimento à juíza Gabriela Hardt no processo do sítio de Atibaia (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2018 às 05h51.

Última atualização em 14 de novembro de 2018 às 12h54.

Hoje é um dia decisivo para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para o Partido dos Trabalhadores, que verá mais uma vez o seu principal líder no banco dos réus. Lula vai prestar depoimento à juíza Gabriela Hardt no processo do sítio de Atibaia, que, segundo especialistas, é um caso mais difícil para sua defesa do que o do tríplex no Guarujá, pelo qual foi condenado a 12 anos de prisão.

Mesmo de dentro da cadeia, Lula teve um papel fundamental nas últimas eleições. Foi, em boa parte, graças à estratégia de transferência de votos que Fernando Haddad disputou o segundo turno contra o agora eleito presidente Jair Bolsonaro (PSL). Se uma condenação não foi suficiente para Lula largar o osso, o que um novo revés significaria para o futuro do partido dos trabalhadores?

Seria uma deixa a mais para radicais como a presidente da legenda, a deputada reeleita Gleisi Hoffmann, reforçarem o discurso de perseguição pegando carona na nomeação de Sergio Moro para a Justiça? Ou é uma nova oportunidade de renovação?

É claro que o PT ainda tem força, principalmente no Nordeste. Tanto é que conquistou a maior bancada da Câmara dos Deputados, ficando à frente até mesmo do partido do novo presidente. “O PT sabe muito bem fazer oposição, e o governo de Bolsonaro será um prato cheio graças às inúmeras incongruências que vem apresentando”, afirma Leandro Cosentino, cientista político do Insper.

Mas os problemas da legenda não se resumem a questões internas. O candidato do PDT derrotado nas urnas, Ciro Gomes, tem buscado alianças com outros partidos para construir uma via de centro-esquerda. “Com isso, o PT começa a perder a hegemonia dentro da esquerda moderada”, diz Cosentino. “Estamos acompanhando a emergência de atores que podem nublar um pouco a hegemonia inconteste”, acrescenta. É o caso do PSDB que já fez acenos ao PPS.

Quando Lula sentar diante de Gabriela Hardt nesta quarta-feira, todo o mundo político estará de olho.

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