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Destruição e mortes se repetem com volta das chuvas no Sudeste

Desta vez, cidades de Minas Gerais são as mais afetadas e já são seis mortos e mais de 10 mil desalojados ou desabrigados no Estado

Prédios interditados pela Defesa Civil de Minas Gerais: conforme Mercadante, choveu recentemente em Minas Gerais 800 milímetros, na maior chuva do século na região (Antonio Cruz/Abr)

Prédios interditados pela Defesa Civil de Minas Gerais: conforme Mercadante, choveu recentemente em Minas Gerais 800 milímetros, na maior chuva do século na região (Antonio Cruz/Abr)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 18h02.

São Paulo - Cidades totalmente encobertas pela água, casas soterradas, pessoas resgatadas de barco e mortes causadas pelas chuvas. Imagens assustadoras que poderiam ser recordações de um ano atrás são, na verdade, uma repetição da destruição causada neste início de 2012 por temporais na região Sudeste do país.

Em janeiro de 2011, cerca de 900 pessoas morreram na região Serrana do Rio de Janeiro que, por enquanto, conseguiu evitar novas mortes apesar da chuva bem acima da média e da não concretização de investimentos prometidos para evitar novas tragédias.

Desta vez, cidades de Minas Gerais são as mais afetadas e já são seis mortos e mais de 10 mil desalojados ou desabrigados no Estado, segundo a Defesa Civil.

Imagens aéreas exibidas na TV mostraram cidades próximas aos rios Muriaé e Pomba isoladas e parcialmente submersas. Deslizamento de encostas, erosões e inundações interditaram diversas estradas no Estado, que tem a maior malha rodoviária federal do país.

No Estado do Rio de Janeiro, são três mortos e mais de 700 desabrigados.

Em Nova Friburgo, uma das cidades mais atingidas pela tragédia na região Serrana no ano passado, a chuva ocorrida nas últimas 48 horas é o equivalente à metade da quantidade esperada para o mês.

Fortes chuvas também afetam a região Noroeste do Rio, com grandes inundações nos municípios de Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua e Itaperuna, onde cerca de 5 mil pessoas estão desalojadas, segundo a Defesa Civil.


No Espírito Santo, choveu mais da metade do registrado historicamente para janeiro. Na capital, Vitória, em três dias choveu 66 por cento do total previsto para o mês. Os temporais devem continuar nos próximos dias em todo o Estado, segundo a Defesa Civil. Dois municípios decretaram estado de emergência, mas não há registro de mortos.

Cadê o dinheiro?

À esteira da tragédia do ano passado, o governo federal anunciou uma série de medidas, como a criação de um sistema nacional de prevenção e alerta de desastres naturais, e a liberação de recursos para as áreas mais afetadas.

A expectativa era de que parte das medidas já estivesse em funcionamento neste verão regiões em consideradas mais críticas, como a região Serrana fluminense.

Em Nova Friburgo, um sistema de sirenes foi ativado no início deste ano, mas em Teresópolis o projeto ainda não foi implantado.

Em ambas as cidades, as mais atingidas pelas chuvas no ano passado no Rio de Janeiro, os prefeitos foram afastados diante de suspeitas de desvios de recursos destinados aos municípios após a destruição causada pela enxurrada.

Nesta quarta-feira, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, explicou a destinação de verbas da pasta, diante do agravamento dos efeitos das chuvas. Ele interrompeu as férias depois de notícias na imprensa de que 90 por cento das verbas de prevenção de enchentes foram para seu Estado, Pernambuco.

Bezerra partiu para o ataque, ao negar uso partidário da pasta -Pernambuco é governado por Eduardo Campos, padrinho político do ministro- e afirmou que os 70 milhões de reais destinados à obras em Pernambuco tiveram o aval da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, Pernambuco teve em 2010 um dos "maiores acidentes naturais desse país", com enchentes que afetaram 80 mil pessoas.

"Não existe aqui política partidária, não existe aqui política miúda, pequena, eu não aceito discriminação a Estado nenhum, então não aceito discriminar o Estado de Pernambuco porque é o Estado do ministro", disse ele a jornalistas.

O ministro confirmou ainda que a definição das obras prioritárias e cidades que recebem recursos é tomada em conjunto com a Casa Civil e o Ministério do Planejamento, mas negou que haja uma intervenção na pasta, determinada pela presidente.

"Não senti qualquer cerceação com o ministério. Ou vamos trabalhar juntos ou não me chame para cumprir a tarefa", disse.

(Por Hugo Bachega, co

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